Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Paço Municipal fará estudo de saneamento básico

Com atraso, prefeito Iris Rezende criou grupo para desenvolver plano que se tornou obrigatório com Lei aprovada em 2007

Postado em: 26-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Com atraso, prefeito Iris Rezende criou grupo para desenvolver plano que se tornou obrigatório com Lei aprovada em 2007

Lucas de Godoi* 

Onze anos depois de aprovada a Lei 11.445, conhecida como Lei do Saneamento Básico, o município de Goiânia vai começar a elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB). Para isso, foi constituído pelo prefeito Iris Rezende nesta segunda-feira, no Paço Municipal, um grupo de trabalho para viabilizar o projeto. O estudo deveria ter ficado pronto no ano passado, mas foi prorrogado para 31 de dezembro de 2019, a pedido da Confederação Nacional de Municípios. Sem o plano, que precisa prever diagnóstico, objetivo e plano de ação para melhorar a condição de vida da população, a cidade não poderá receber recursos federais na área de saneamento.

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O edital licitatório da Prefeitura de Goiânia, aberto em setembro de 2015, deixa evidente a importância do estudo. Segundo consta no documento, “o mapeamento dos serviços de saneamento básico no âmbito do município constitui condição essencial para planejamento dos investimentos e ações a serem realizados de forma a proporcionar a universalização do acesso da população aos serviços públicos essenciais, os quais têm forte correlação com a salubridade ambiental e, por consequência, a qualidade de vida”. 

À imprensa, o prefeito Iris Rezende reconheceu os problemas de abastecimento no município.  Segundo ele, a administração não faz os investimentos à altura do crescimento da cidade. “É uma realidade. No ano passado já tivemos falta d’água com resultados preocupantes. (…) O poder público não tem se preocupado segundo o crescimento vegetativo da região”, respondeu. 

Mas não falta só água tratada. De acordo com dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23,9% dos moradores de Goiânia não possuem esgotamento sanitário adequado. O mesmo levantamento indicou que a capital está atrás de outros dez municípios goianos, como Quirinópolis, Mineiros e Paranaiguara, ambos situados no sul de Goiás. 

O tratamento do esgoto na capital também é um problema. Levantamento deste ano do Instituto Trata Brasil revela que em Goiânia apenas 67,88% da água consumida e que se transforma em esgoto é tratada. Em Brasília o índice chega a 84,42%, enquanto que Curitiba alcança 92,93% e Salvador trata 100%, conforme as informações divulgadas em abril. 

Para Iris, a formação do grupo ocorre em função “de uma preocupação permanente”, para que as próximas gerações não vivenciem problemas maiores. “A Região Metropolitana cresce assustadoramente e as atenções da administração pública em todas as áreas, quer federal, quer estadual, quer municipal, elas não estão à altura do crescimento que essa região experimenta. Então [estamos] antecipando a convivência com problemas [que] no futuro [serão] insanáveis se no momento não agirmos, não trabalharmos, não prepararmos para conter esses problemas que virão com a falta de saneamento básico da região”, informou. (*Especial para O Hoje) 

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