Apoio de Bruno Peixoto a Vilmarzinho entusiasma projeto de reeleição
Em solenidade na Câmara Municipal de Aparecida, presidente da Alego declarou que atual prefeito tem sua “preferência pessoal”
Por: Yago Sales
O presidente da Câmara Municipal de Aparecida, André Fortaleza (MDB), pode estar vendo o sonho de ocupar a cadeira de prefeito da cidade se desfazer diante da onda de apoio ao projeto de reeleição de Vilmar Mariano, ou Vilmarzinho, prestes a deixar o Patriota e filiar-se ao MDB.
Conforme anunciado pela Coluna Xadrez na edição desta quinta-feira (29), o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), declarou apoio ao atual chefe do executivo durante discurso na Casa presidida por Fortaleza ao receber título de cidadão aparecidense.
Bruno deixou claro, antes de citar Maguito Vilela, Gustavo Mendanha e Daniel Vilela, como reconhecimento ao trabalho que o trio teve na cidade – Os dois primeiros como prefeitos e o terceiro como deputado federal e, atualmente, vice-governador. “Não posso falar em nome do governador, mas aqui a cidade está em boas mãos, de Vilmar Mariano, e ele tem a minha preferência pessoal”. André Fortaleza não estava no evento.
Há quem diga que, como acordo pela ida de Mendanha à base do governo Caiado, o Palácio Pedro Ludovico contribuiria para, caso Gustavo bem entendesse, a reeleição de Vilmar Mariano.
Vale lembrar que, em meados de janeiro, conforme registro de reportagem do jornal O Hoje, Mariano recebeu o governador no Palácio Maguito Vilela, sede do poder executivo aparecidense, antes da inauguração de um busto em homenagem ao pai de Daniel Vilela.
Na ocasião, ao ser questionado sobre a relação do prefeito, que se empenhou pela candidatura do aliado Gustavo Mendanha à oposição a Caiado, e que à época torcia a cara para o governador e ao Daniel, Caiado foi taxativo: “O relacionamento é o melhor possível. Acabou a política. Nós vamos fazer gestão para o Estado e para a cidade de Aparecida de Goiânia. O governador sintetizou isso aqui em uma reunião que tivemos lá em cima”.
Estava ali selada a paz depois da conturbada corrida eleitoral pelo Palácio das Esmeraldas, da qual Vilmarzinho foi um dos poucos prefeitos a se tornar o mais fiel escudeiro de Mendanha na disputa. Quando da inauguração do busto de Maguito, Caiado relembrou a trajetória que percorreu ao lado do ex-prefeito, que também fora governador, mesmo que fosse do lado oposto. “Já tivemos posições contrárias em campanhas eleitorais. Sou homem que reverencio a ética, a moral e transparência que ele ocupou todos os mandatos”, chegou a comentar.
Embora Bruno Peixoto, um dos homens com maior afinidade com a política caiadista, tenha dito, na sessão solene na Câmara, que a declaração pela preferência a Vilmarzinho não tenha nada a ver com o governador, há quem interprete que o recado foi dado.
Influente no União Brasil pela relevância de estar na presidência da Alego, Bruno Peixoto pode ter jogado um balde de água fria na candidatura do partido na cidade – pelo menos na cabeça de chapa. E, claro, desidratado André Fortaleza que bate o pé: é candidato em 2024, custe o que custar, inclusive deixar o MDB, num ato que lembra Gustavo Mendanha.
É que Vilmar Mariano deve se filiar brevemente no MDB, na esteira de Mendanha, e, por conseguinte, disputar a reeleição pela legenda que está há quase quase mandatos no poder – claro, tirando o intervalo em que Vilmar foi para o Patriota de Jorcelino Braga para ter uma coerência partidária com Gustavo na eleição ao governo.
Essa lealdade, inclusive, deve funcionar como Volta do Fiel, o nome dado a um nó de corda forte. Claro, a depender dos interesses e utilidades do nó, ele pode também ser desfeito com facilidade. Os laços parecem bem apertados, principalmente do lado de Mendanha, que, como tem repetido, vê a viabilidade de Vilmar Mariano.
