Sem Lula, Marina e Bolsonaro seguem tecnicamente empatados

Ex-senadora e deputado federal aparecem empatados tecnicamente em levantamento feito pelo Ibope/CNI

Postado em: 29-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ex-senadora e deputado federal aparecem empatados tecnicamente em levantamento feito pelo Ibope/CNI

Lucas de Godoi* 


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A nova rodada da pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quinta-feira, mostra que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) aparecem empatados tecnicamente, em caso de a disputa deste ano deixar de fora o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse cenário, Bolsonaro soma 17% das intenções de voto, enquanto Marina tem 13%, o que configura empate técnico.

Também empatados aparecem os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Geraldo Alckmin (PSDB), com 6%. O candidato do Podemos, Álvaro Dias, vem em seguida, com 3%, enquanto o ex-presidente Fernando Collor de Mello é apontado por 2% do eleitorado, mesmo índice do petista Fernando Haddad. Flávio Rocha (PRB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), Levy Fidelix (PRTB), João Goulart Filho (PPL), Manuela D´Ávila (PC do B) e Rodrigo Maia (DEM) foram citados por 1% do eleitorado, cada.

Os candidatos Valéria Monteiro (PMN), Aldo Rebelo (Solidariedade), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Guilherme Afif Domingos (PSD) não atingem 1% das intenções de voto cada um nesta modalidade de pesquisa. Nesse cenário, o percentual dos que declaram a intenção de votar em branco ou de anular o voto é de 33%, enquanto 8% declaram estar indecisos.


Lula lidera

No cenário com Lula como candidato do PT, o ex-presidente aparece com cerca de um terço das intenções de voto. Em outro patamar, Jair Bolsonaro (PSL) tem 15% das menções, seguido por Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT), com 7%, 4% e 4%, respectivamente.

Na ausência do ex-presidente, o nome de Haddad foi testado, apesar de a pesquisa não demonstrar qual o potencial de transferência de votos de Lula. Nesse caso, o ex-prefeito de São Paulo registra 2%.

Embora seja o líder nas pesquisas, o ex-presidente corre risco de não disputar as eleições com base na Lei da Ficha Limpa, pois foi condenado em segunda instância. Em agosto o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar um recurso do petista e pode tomar uma decisão sobre a viabilidade de sua candidatura. (*Especial para O Hoje) 


Collor e Bolsonaro lideram rejeição 


Rafael Oliveira*

O pré-candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro, tem o dobro de rejeição dos eleitores na comparação com a intenção de voto. Enquanto ele pontua 15% na pesquisa estimulada, acumula 32% de rejeição dos entrevistados. E o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC-AL) também tem 32% de reprovação contra os 2% de eleitores que votariam nele.

Em segundo aparece o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 31% de eleitores que não votariam de jeito nenhum no seu nome contra os 33% de simpatizantes que votariam. 

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmim (PSDB), é rejeitado por 22% dos pesquisados, enquanto figura em quarto lugar com 6% das intenções de voto. 

Já o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) e a ex-ministra de Lula, Marina Silva (Rede) são rejeitados por 18% dos entrevistados, cada um. 

Cerca de um em cada dez brasileiros declara que não votaria de jeito nenhum em Rodrigo Maia (13%), em Fernando Haddad (12%), em Henrique Meirelles (11%) ou em Levy Fidelix (10%). Já Álvaro Dias, Manuela D’Ávila, Aldo Rebelo, João Goulart Filho, Flávio Rocha e Guilherme Boulos são citados por 9% do eleitorado, cada. João Amôedo, Valéria Monteiro, Paulo Rabello de Castro e Guilherme Afif Domingos, são mencionados por 8%, cada um. Eleitores que declaram, de maneira espontânea, que poderiam votar em qualquer um dos possíveis candidatos são 2% e os que preferem não opinar são 11%.


Perfil do eleitor

A pesquisa divulgou o perfil dos eleitores entrevistados por região, idade, escolaridade e renda familiar. As menções ao ex-presidente Lula são mais expressivas na região Nordeste, além disso, se destaca em municípios com até 50 mil habitantes e no interior. Suas citações aumentam conforme diminui a escolaridade e a renda familiar do eleitor. As intenções de voto em Jair Bolsonaro são mais significativas entre os homens e aqueles com até 34 anos. Ao contrário das menções a Lula, o candidato pelo PSL é mais citado conforme aumenta a escolaridade e a renda familiar dos eleitores. 

As intenções de voto em Marina Silva são mais elevadas nas regiões Norte/Centro-Oeste e Nordeste. No cenário 1 (sem Lula), ela ultrapassa Jair Bolsonaro entre as mulheres no Nordeste e entre os entrevistados com renda familiar até um salário mínimo e com grau de instrução até a quarta série da educação fundamental. 

Ciro Gomes e Álvaro Dias são relativamente mais citados pelos eleitores com 55 anos ou mais. O tucano Geraldo Alckmin é mais forte na região Sudeste, Álvaro Dias na região Sul e Ciro Gomes na região Nordeste, onde empata tecnicamente com Marina Silva pelo primeiro lugar.  


Reprovação ao governo Temer cresce e chega a 79% 

O percentual da população que avalia o governo Michel Temer como ruim ou péssimo chegou a 79% em junho, de acordo com levantamento do Ibope, divulgado nesta quinta-feira. Esta é a maior reprovação desde o início do governo. Na pesquisa anterior, de março, o índice era de 72%. A pesquisa encomendada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) revelou que apenas 4% dos entrevistados consideram que o presidente faz um ótimo ou bom trabalho e 16% avaliam sua gestão como regular. Já 1% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.

No quesito confiança, o percentual caiu de 8% para 6% entre março e junho. A desaprovação na forma de Temer governar o país subiu de 87% para 90%. Por região, o Nordeste aparece como o mais insatisfeito com o governo Michel Temer. Já por faixa etária, entrevistados com 16 a 24 anos que avaliam a gestão de Temer como ruim ou péssimo aumentou 10 pontos percentuais, de 72% (março) para 82% (junho).

Em comparação ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff, 78% avaliam o governo Temer pior em relação ao da petista no Nordeste. Na mesma região, ao vislumbrar o desempenho do presidente até o final do mandato, o governo do mdbista é esperado como “ruim ou péssimo” para 83% dos participantes da pesquisa.

Ao todo, nove áreas de atuação foram consultadas. No geral, 75% dos entrevistados desaprovam o trabalho de Michel Temer. A área com maior nível de desaprovação é a de impostos, que aparece com 92%, enquanto que o menor índice de desaprovação é percebido na área de meio ambiente, com 76%. Educação e segurança pública são reprovados por 83% dos entrevistados, assim como o combate à inflação. Combate à pobreza e fome tem 84% de desaprovação e saúde, 88%. Baseados em noticiários, a porcentagem de percepção desfavorável ao governo cresceu de março a junho, de 24% para 51%.

A greve dos caminhoneiros foi lembrada por 12% dos entrevistados, enquanto greves em geral foram citadas por 17% dos pesquisados. A corrupção é lembrada por outros 17% e o aumento no valor dos combustíveis registrou 8%. (*Especial para O Hoje) 

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