Governo deve concentrar esforços em obras financiadas via “taxa do agro”

Isso daria mais um atributo ao governador, o de “fazedor de obras”

Postado em: 03-07-2023 às 08h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Governo deve concentrar esforços em obras financiadas via “taxa do agro”
Isso daria mais um atributo ao governador, o de “fazedor de obras”. | Foto: Secom

Marcada para o dia 10 de agosto, a reunião dos membros do conselho do Fundo de Desenvolvimento em Infraestrutura (Fundeinfra) deverá resultar na estipulação dos prazos e destinos do montante arrecadado com a “taxa do agro”. Até agora foram mais de R$ 580 milhões. O levantamento vai até o dia 20 de junho. O governo prevê que o valor atinja, até dezembro, R$1 bilhão. 

Em conversa com o colunista do jornal O Popular, Caio Henrique, o supersecretário, Pedro Sales, que é titular da Secretaria de Infraestrutura, destacou o aspecto burocrático para colocar o dinheiro para trabalhar em prol dos interesses, ou seja, em obras. 

“Em obra pública você tem momentos pretéritos à execução da obra que são dilatados. Licitação para projeto, elaboração do projeto, licitação para execução de obra, execução de obra. Isso não é do Fundeinfra ou do Governo do Estado de Goiás, mas uma característica de todas as obras públicas”, disse ao colunista. 

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No último dia 26, o grupo de trabalho criado por Pedro Sales reuniu-se para tentar encontrar uma maneira de o tempo previsto para as obras, como prevê a burocracia da liberação de obras custeadas por verba pública, seja menor que os atuais 18 meses — entre licitação e entrega. 

Um aspecto que chamou a atenção é que o tempo grita. O segundo mandato de Caiado já extrapola o primeiro semestre sem uma grande obra e, por isso, o dinheiro oriundo do fundo bancado pelo agro, seria importante para dar uma cara à administração caiadista. 

Na fala que concedeu à imprensa local, outra vez, ventila-se a possibilidade de o governador goiano tentar viabilizar-se como candidato à Presidência da República em 2026. “Considerando o curto prazo de tempo que temos e o desejo do governador de ser presidente, defendo decisões mais breves para que ainda no bojo do seu mandato segmentos expressivos de rodovias sejam entregues”, disse ele ao jornal. 

Não é de hoje que se formata, com especulação, sonho ou estratégia, qual o destino do governador nas eleições de 2026. Se dependesse de aliados, Caiado seria candidatíssimo à Presidência da República. E lançaria-se já, sobretudo diante da inelegibilidade de Jair Messias Bolsonaro, conforme julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na semana passada. 

Nos bastidores da política goiana, a leitura é que os sinais dados pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) no sentido de buscar a presidência da República em 2026 estão cada vez mais claros. Caiado, como já mostrado pela reportagem do O HOJE, sonha em ocupar o assento em que, neste momento, encontra-se o petista Luiz Inácio Lula da Silva. O governador goiano, inclusive, sinalizou em sua recente participação na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o Movimento Sem Terra (CPI do MST) que tem condições de figurar como voz de oposição ao governo. O depoimento do governador no encontro dos congressistas resgatou um parlamentar que viveu o ambiente do Congresso por mais de 30 anos. As manifestações foram interpretadas como a primeira das muitas investidas que ainda virão na tentativa de se posicionar como uma alternativa aos brasileiros na eleição de 2026. 

Conforme mostrado, recentemente, pela coluna Xadrez do jornal O HOJE – assinada por Wilson Silvestre, com fontes de dentro do gabinete do governador – em meio à sessão tumultuada por diferentes partidos políticos de esquerda, Caiado falou sobre democracia e civilidade como ninguém. Na condição de convidado da comissão, Caiado não só deixou subentendido que está no jogo pela presidência da República, como se mostrou um player que conhece bem os desafios do Brasil. Além de flertar com a direita a partir de um discurso combativo às ações do MST, Caiado também defendeu pautas que vão ao encontro da inclusão social e da dignidade humana por meio do trabalho.

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