Com Braga na prefeitura, Romário esfria conversas sobre mudança de partido

Presidente da Câmara Municipal deve esperar janela partidária, no ano que vem, para definir nova casa

Postado em: 05-07-2023 às 08h30
Por: Redação
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Romário estava com conversas avançadas com o MDB e o PT | Foto: Câmara Municipal de Goiânia

Por Felipe Cardoso e Francisco Costa

Presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota) não tem falado de mudança de partido, neste momento. Fontes ligadas ao vereador afirmam que o assunto esfriou após o líder estadual da sigla, Jorcelino Braga, chegar à prefeitura. 

Braga não tem cargos, mas indicou Célio Campos para a secretaria de Comunicação. A participação esfriou, também, as desavenças de Romário com o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Pelo menos publicamente. 

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Mas ainda sobre a legenda, anteriormente Romário estava com conversas avançadas com o MDB e o PT. O parlamentar poderia, inclusive, entrar na disputa pela prefeitura da capital por uma dessas siglas.

Há alguns meses as conversas com a cúpula petista estavam quentes. Atualmente, o partido tem como maior expoente no Estado a deputada federal, Delegada Adriana Accorsi. Ela, contudo, tem dito que não pretende disputar a prefeitura da capital – o que pode mudar, claro. 

Nesse vácuo, o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira (PT), avança como pré-candidato. Ainda assim, à época de mais articulação, Romário, três vezes presidente da Câmara de Goiânia, estaria bem cotado.

Mas com o esfriamento, a decisão de Policarpo deve ficar para a janela partidária, no ano que vem. Sem essa definição antecipada, ele deve trabalhar de maneira ativa nas eleições do ano que vem, mas de olho em 2026, quando deve disputar a Câmara Federal. 

Assim, o político deve retornar ao Legislativo municipal trabalhando para ficar entre os mais votados no ano que vem. Tendo sucesso, disputa cadeira de deputado para, só então, buscar a realização do sonho do Executivo municipal.

Insatisfação

Nos bastidores, a informação é que existe a insatisfação de Romário com a prefeitura em relação às emendas impositivas. Segundo um aliado do presidente da Câmara, não se sabe o percentual real de execução. Policarpo, entretanto, tem evitado críticas, recentemente. As articulações seguem atrás das cortinas.

Mas de volta às emendas impositivas, o caso não é novidade. Em fevereiro, inclusive, a Mesa Diretora da Câmara publicou uma emenda à Lei Orgânica do Município que obriga a prefeitura de Goiânia a enviar, a cada dois meses, um relatório detalhado com as informações sobre o cumprimento e execução das emendas impositivas. 

A matéria é do vereador Anderson Sales Bokão. “Apesar do caráter impositivo, as emendas individuais não são efetivamente cumpridas, o que gera desgaste com a comunidade que vê a expectativa de usufruir de direito ou bem público frustrada”, disse à época. 

Ainda naquele momento, o vereador reforçou que as emendas estão previstas na Constituição e na Lei Orgânica. “Tratam-se de emendas individuais apresentadas por corpo técnico, depois aprovadas em plenário e então enviadas ao Poder Executivo que irá acatá-las.” 

Ele citou que estas emendas individuais precisam estar na Lei Orçamentária Anual e não estão sujeitas a discricionariedades do Executivo. “Não havendo questões técnicas, têm que ser executadas. Mas o que se percebe é o não cumprimento. O parlamentar fica sem saber a programação, quando irá iniciar… e essa obscuridade fez com que eu apresentasse esta emenda alterando a Lei Orgânica para obrigar o Executivo a enviar o relatório para que os parlamentares saibam onde e quando elas serão aplicadas.”  O Jornal O Hoje questionou a prefeitura de Goiânia sobre como estaria a execução das emendas impositivas. Não houve retorno até o fechamento. 

Patriota

O Patriota deve mudar, o que permitiria uma mudança antecipada de partido — fora da janela. A sigla, que se funde com o PTB, se tornará o Mais Brasil. Esta, contudo, depende de homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nem mesmo Braga sabe estipular uma data. Segundo ele, a Corte despachou o caso ao Ministério Público. Questionado sobre um período, ele diz que “é o prazo da Justiça”.

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