Moro minimiza conversas de Cid por celular: ‘Se criminalizar mensagens de WhatsApp, ia prender meio Brasil’

Ele está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação do ex-presidente e de Laura Bolsonaro

Postado em: 12-07-2023 às 08h04
Por: Ícaro Gonçalves
Imagem Ilustrando a Notícia: Moro minimiza conversas de Cid por celular: ‘Se criminalizar mensagens de WhatsApp, ia prender meio Brasil’
Ele está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação do ex-presidente e de Laura Bolsonaro | Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador e ex-juiz Sérgio Moro (União-PR) disse, nesta terça-feira (11/7), que se a CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro fosse criminalizar pessoas por mensagens de WhatsApp, “ia prender meio Brasil”. A fala ocorreu em entrevista à TV Câmara a abertura da Comissão.

A sessão desta terça foi dedicada a apurar conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação do ex-presidente e de Laura Bolsonaro.

Um perícia feita pela Polícia Civil no celular de Cid revelou que um grupo de militares da reserva e da ativa defendia a execução de um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição do ano passado. No celular do tenente-coronel foi encontrado, inclusive, um passo a passo para a ruptura.

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Moro, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, porém, minimizou as conversas reveladas pela investigação. “Vamos ver os fatos que podemos a ele [Mauro Cid] indagar. O que a gente tem visto até o momento são muitas mensagens de WhatsApp, mas tem que verificar condutas específicas. Se fosse criminalizar pessoas por mensagens de WhatsApp, a gente ia prender meio Brasil”, declarou o ex-ministro da Justiça sobre a utilização das mensagens como prova durante a oitiva.

Conversas com coronel Jean Lawand Jr

Entre as mensagens indagadas estão as trocadas com o coronel Jean Lawand Jr, que era subchefe do Estado-Maior do Exército, e, em dezembro mandou mensagens pedindo que Cid convencesse Bolsonaro a colocar em prática um golpe. Lawand prestou depoimento à CPMI no dia 27, e, no decorrer da oitiva se complicou ao dar declarações confusas e conflitantes – atualmente, membros da CPMI denunciam o coronel por falso testemunho.

Leia também: Em depoimento à CPMI, Cid diz que não participava de decisões

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