Moro minimiza conversas de Cid por celular: ‘Se criminalizar mensagens de WhatsApp, ia prender meio Brasil’
Ele está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação do ex-presidente e de Laura Bolsonaro
Por: Ícaro Gonçalves
![Imagem Ilustrando a Notícia: Moro minimiza conversas de Cid por celular: ‘Se criminalizar mensagens de WhatsApp, ia prender meio Brasil’](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2023/07/WhatsApp-Image-2023-07-12-at-08.03.04-e1689159824894.jpeg)
O senador e ex-juiz Sérgio Moro (União-PR) disse, nesta terça-feira (11/7), que se a CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro fosse criminalizar pessoas por mensagens de WhatsApp, “ia prender meio Brasil”. A fala ocorreu em entrevista à TV Câmara a abertura da Comissão.
A sessão desta terça foi dedicada a apurar conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação do ex-presidente e de Laura Bolsonaro.
Um perícia feita pela Polícia Civil no celular de Cid revelou que um grupo de militares da reserva e da ativa defendia a execução de um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição do ano passado. No celular do tenente-coronel foi encontrado, inclusive, um passo a passo para a ruptura.
Moro, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, porém, minimizou as conversas reveladas pela investigação. “Vamos ver os fatos que podemos a ele [Mauro Cid] indagar. O que a gente tem visto até o momento são muitas mensagens de WhatsApp, mas tem que verificar condutas específicas. Se fosse criminalizar pessoas por mensagens de WhatsApp, a gente ia prender meio Brasil”, declarou o ex-ministro da Justiça sobre a utilização das mensagens como prova durante a oitiva.
Conversas com coronel Jean Lawand Jr
Entre as mensagens indagadas estão as trocadas com o coronel Jean Lawand Jr, que era subchefe do Estado-Maior do Exército, e, em dezembro mandou mensagens pedindo que Cid convencesse Bolsonaro a colocar em prática um golpe. Lawand prestou depoimento à CPMI no dia 27, e, no decorrer da oitiva se complicou ao dar declarações confusas e conflitantes – atualmente, membros da CPMI denunciam o coronel por falso testemunho.
Leia também: Em depoimento à CPMI, Cid diz que não participava de decisões