Mauro Cid recorreu ao direito de ficar em silêncio pelo menos 40 vezes em CPI dos Atos Golpistas

Silêncio foi embasado em decisão da ministra Cármen Lúcia, que autorizava o tenente-coronel a ficar calado quando algo pudesse incriminá-lo

Postado em: 12-07-2023 às 09h27
Por: Mariana Fernandes
Imagem Ilustrando a Notícia: Mauro Cid recorreu ao direito de ficar em silêncio pelo menos 40 vezes em CPI dos Atos Golpistas
Silêncio foi embasado em decisão que autorizava o tenente-coronel a ficar calado quando algo pudesse incriminá-lo | Foto: Divulgação/ Agência Brasil

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, decidiu nesta terça-feira (11) ficar em silêncio durante o depoimento à CPI dos Atos Golpistas do Congresso Nacional. O silêncio de Cid foi embasado em decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) que o autorizou a ficar calado quando fosse perguntado sobre assuntos que pudessem incriminá-lo. 

Ao menos 40 vezes, Cid recorreu a esse direito durante o tempo em que foi questionado na CPI e negou a responder a todas as perguntas dos parlamentares. A posição de Cid incomodou o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União Brasil), que disse analisar as “medidas cabíveis”  contra o coronel. 

“Isso acarretará na necessidade de nós […] apresentarmos uma denúncia contra o senhor Cid ao Supremo Tribunal Federal, haja vista que a ministra do Supremo determinou que, aquilo que não o incriminasse, ele tinha obrigação de responder, uma vez que ele não está aqui só como depoente, mas como testemunha. É o procedimento que ele está adotando e, obviamente, cabe à CPI adotar as medidas cabíveis”, acrescentou.

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Entre as perguntas que ficaram sem resposta está a da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, sobre o cartão de vacina de Bolsonaro. O militar também não respondeu sobre o vandalismo no dia 8 de janeiro, questão levantada pela deputada Laura Carneiro. As intenções de golpe do ex-presidente Bolsonaro também ficaram sem resposta.

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Segundo políticos de carreira, o silêncio poderia ajudá-lo a não se comprometer ainda mais, tendo em vista que ainda há muitas investigações na Polícia Federal e no Supremo Tribunal Federal que possam incriminá-lo.

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