Após guinada à esquerda, Zé Eliton pode passar vergonha em Posse

Ex-governador é um possível candidato à prefeitura do município em 2024

Postado em: 14-07-2023 às 07h30
Por: Yago Sales
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Zé Eliton ficou em terceiro lugar na disputa para governador em 2018 | Foto: Reprodução

Em 2018 o eleitorado goiano provaria o peso do voto nas urnas. Trocou o perfil do morador da Casa Verde. Arrancou o reinado do tucanato que perpassava os anos. O candidato do PSDB ao governo, Zé Eliton, ficou em terceiro lugar na disputa, amargando apenas 13,73% (407.507 mil votos). 

A interpretação é que, além de não ter tido votos, arrancou o que restava do partido que governara o estado por quatro mandatos. Ainda no primeiro turno Ronaldo Caiado (UB) vencia com 59,73% (1.773.185 votos). No segundo lugar, o candidato emedebista, atual vice-governador, Daniel Vilela, obtinha 16,14% (479.180 votos). Marconi Perillo, no mesmo penhasco do seu candidato à sucessão, perderia também a vaga ao Senado Federal, como ocorreria no pleito de 2022. 

Recentemente, reportagem do jornal O Hoje lembrou que, agora, o que se fala é que o PSDB está, além de esfacelado, distante das conversações políticas para o ano que vem – e até para as de 2026. “A informação é que Marconi tem recebido, vez ou outra, lideranças políticas em sua propriedade para conversas ainda tímidas sobre próprio futuro e, claro, do partido que ajudou a construir”, diz o texto. 

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Com um PSDB depenado, Zé Eliton recorreu ao PSB, em 2022, sob a missão de tentar liderar uma frente em Goiás mais progressista para tentar emplacar um antagonismo à onda de direita. O voo não foi longe. Caiado foi reeleito. E, agora, Zé Eliton é ventilado para a disputa em Posse na eleição de 2024. 

Distante das urnas, onde disputara duas vezes como vice de Marconi – em 2010, pelo DEM (atual União Brasil após fusão com PSL) e, em 2014, pelo PP -, e pela malsucedida disputa em 2018, Zé Eliton pode enfrentar um osso duro de roer em Posse: O ferrenho bolsonarista Paulo Trabalho (PL).

Ex-deputado estadual, Paulo Trabalho concorreu à Câmara Federal, mas terminou suplente, sob as asas do bolsonarismo. Articulado nas redes sociais, barulhento mesmo, Paulo dá, de fato, trabalho. Um aliado dele afirma que vai ser fácil derrotar Zé Eliton. “Basta lembrar que o pai dele, Dr Eltin, foi derrotado duas vezes em campanhas na cidade. Uma enquanto o filho mandava tudo no Palácio”. 

É que Zé Eliton é filho de um conhecido advogado na cidade, José Eliton de Figuerêdo, chamado por todos de Dr. Eltin. Em 2012, Dr. Eltin concorreu ao cargo de prefeito pelo Democratas: perdeu para José Gouveia. Em 2020, o pai de Zé Eliton voltou à disputa, desta vez como vice na chapa de Bailon Nunes, do Progressistas. Mais uma derrota. 

Sem votos, Zé Eliton, avalia um, como ele, ex-tucano, pode amargar mais uma derrota. Além de enfrentar o jeito “máquina de moer cana” de Paulo Trabalho, apoiado pelos bolsonaristas da cidade – que são muitos -, desalinhados com Zé, que foi à esquerda, com apoio ao Lula. Afinal, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, é do partido do ex-governador. 

Antes de imaginar o cenário em que poderia ter como adversário Zé Eliton, Paulo Trabalho repetiu um chavão que corre à boca miúda na cidade: a história do asfaltamento da rodovia que chegava à fazenda dele. 

Em outubro do ano passado, integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras Paradas estavam reunidos para colocar em votação um requerimento que prorrogaria a duração da CPI por mais 60 dias. 

Sob o comando do presidente da CPT, o deputado Amauri Ribeiro, o deputado Paulo Trabalho, que ainda estava no PSL – que viraria União Brasil com a junção da legenda com o DEM – lembrou que a GO-118, que liga o município de Posse à Guarani foi licitada na gestão do ex-governador José Eliton por R$ 60 milhões. 

“O asfalto só chegou até a porta da fazenda dele, a outra metade da obra está parada há mais de ano. Isso precisa ser investigado”, instigou ele. Há quem aposte que o assunto vai ser o mais predominante nas redes sociais e nos bares da cidade.

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