Sem alternativa consistente, MDB deve pressionar Ana Paula por candidatura

Base emedebista assegura que política poderia chegar ao Paço sem grandes dificuldades. A grande preocupação, no entanto, diz respeito ao fator tempo

Postado em: 21-07-2023 às 08h14
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Sem alternativa consistente, MDB deve pressionar Ana Paula por candidatura
Base emedebista assegura que política poderia chegar ao Paço sem grandes dificuldades | Foto: Reprodução

Corre nos bastidores da política goianiense a informação de que o MDB tende a intensificar as investidas para tornar Ana Paula, filha e herdeira política de Iris Rezende, candidata à prefeitura de Goiânia. A política, no entanto, demonstra resistência e segue incerta em relação ao assunto.

É evidente que Ana Paula teria, caso decidisse pela disputa, o apoio de parte considerável das lideranças políticas da capital e do estado. Interlocutores próximos ao governador Ronaldo Caiado (UB) declaram que o gestor não titubearia em apoiá-la. A benção do governador traria diversos outros nomes de peso para o projeto político da emedebista. 

Em paralelo, o MDB de Daniel Vilela quer, por tudo, construir uma candidatura própria na capital e vê em Ana Paula o melhor de seus nomes. A base emedebista assegura que a política reúne as melhores características que podem levá-la ao Paço sem dificuldades. A grande preocupação que paira no inconsciente da maior parte dos players do partido, no entanto, diz respeito ao fator tempo.

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Reportagem publicada pelo jornal O Popular mostrou que o MDB Mulher organiza uma espécie de apelo para que Ana Paula concorra. Um integrante do alto escalão da sigla não apenas confirmou a informação ao O HOJE, como disse que de agora em diante o partido deve “cobrar” de maneira mais enérgica uma resposta.

Em meados de maio O HOJE mostrou que a indefinição já era alvo de incômodo por parte de alguns caciques. “Uma candidatura sólida não se constrói da noite para o dia. Precisamos apresentá-la aos goianienses. Precisamos de tempo para trabalhar o nome dela”, disse um deles à reportagem.

Em paralelo a tudo isso, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB) tem se movimentado. O político declarou em entrevistas recentes que Ana Paula contará com o seu apoio caso queira disputar. Se esse, porém, não for o cenário, Bruno tem total condição de mergulhar na disputa como ‘candidato do governo’.

Bem articulado, Peixoto reúne os pré-requisitos necessários para ter em seu palanque o governador Ronaldo Caiado, seu vice, Daniel Vilela, e o peso dos 41 parlamentares da Alego. 

O nome do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, também ventila entre as alternativas. Porém, como a mais distante delas. Isso porque Mendanha tem uma pedra no sapato. O político, vale lembrar, foi candidato à reeleição no município de Aparecida, de onde saiu vitorioso com mais de 95% dos votos na eleição de 2020. 

A Justiça Eleitoral, neste caso, o impede de concorrer novamente. Gustavo, contudo, tem apostado em uma brecha legal e deve revindicar na Justiça o direito de participação no pleito. 

Os argumentos passam, basicamente, por dois pontos centrais. O primeiro, que ele teria deixado a prefeitura meses depois de reeleito e não poderia ter usado do pouco tempo que esteve à frente do segundo mandato para se beneficiar. O segundo passa pelo porte das cidades. Ele defende que não deve haver impedimento caso o candidato saia de uma cidade menor para disputar a prefeitura de uma cidade de maior estatura.  

O raciocínio de Mendanha divide os emedebistas. Parte deles acreditam que a tacada pode dar certo, outros não. Caso o plano de Mendanha não prospere, um dos favorecidos nessa história seria justamente o presidente da Alego, que seria visto como a alternativa mais viável para garantir à base governista o controle da capital, especialmente se Ana Paula não ceder às investidas que estão por vir.

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