Os caminhos do PSDB nas eleições municipais de Goiânia

Nion Albernaz foi o último presidente do PSDB em Goiânia. Ele geriu a cidade de 1997 a 2000. O partido, contudo, mesmo fora da capital era uma potência. Até 2002 tinha como presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – e até 2014 rivalizava com o PT para o mando do País. Em Goiás, o Estado esteve sob “as asas” de Marconi Perillo de 1999 a 2018. Então, mesmo sem a capital, a legenda mostrava força. 

Dali para frente, contudo, houve um encolhimento. Chegou a eleger 20 prefeitos em 2020, mas boa parte migrou para outras legendas. Presidente estadual da sigla, Marconi Perillo foi derrotado em sua disputa ao Senado, em 2018 e 2022, e parece estar lento nos trabalhos de formação de chapas que já começaram em muitos partidos. 

Mas Goiânia, terra onde o então governador Perillo não fez prefeitos, existe uma nova chance, em 2024. Um possível pré-candidato é o jornalista Matheus Ribeiro. Com mais de 46 mil votos em 2022, ele é suplente do partido na Câmara Federal e uma aposta. 

Em conversa com o vice-presidente da Federação PSDB-Cidadania, Gilvane Felipe, Ribeiro disse que a pré-candidatura ainda está em análise e consulta às bases de seu partido. “Conversamos sobre a situação de desmazelo que se encontra Goiânia e o que podemos e devemos fazer para agregar lideranças, partidos e organizações civis nesse movimento”, lembra Gilvane da reunião que ocorreu no último dia 13.

Além disso, também circularam rumores de que a vereadora por Goiânia, Aava Santiago, presidente metropolitana do PSDB, poderia entrar no páreo. Inclusive, ela não descartaria a possibilidade de uma composição com PT.

No fim de maio, uma foto dela com a deputada federal Adriana Accorsi (PT) gerou burburinho e especulações. O PT tem interesse em conversar com o maior número de partidos possíveis. A legenda anuncia que terá candidatura própria, mas fontes revelam que uma chapa Accorsi-Aava (com a tucana na vice) seria “muito interessante”.

Adriana, todavia, tem sido resistente em relação à pré-candidatura. O nome que mais demonstra interesse no Partido dos Trabalhadores é o do ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira. O deputado estadual Mauro Rubem também se coloca como pré-candidato do PT.

Novamente com Gilvane, ele disse anteriormente ao Jornal Hoje que não vê dificuldades em uma composição entre as siglas de forças democráticas, como PT e PSDB, e outras. “A federação pode lançar um nome. Se este avançar e crescer, a união pode se dar em torno desse candidato. Caso não, pode ocorrer em torno de outro que tenha os mesmos princípios de defesa da democracia e de uma renovação verdadeira na administração pública da capital.”

Mas de volta ao PSDB, o partido só tem Aava como vereadora, atualmente, na capital. Matheus Ribeiro é um suplente de deputado federal com expressividade de votos. Dito isto, a sigla pode não ter facilidade para trabalhar outro nome até o ano que vem. O tempo está correndo.

Além disso, o pleito de 2024 promete ser pesado. O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) trabalha para se viabilizar para a reeleição. Para isso, busca o apoio de diversas legendas, inclusive grandes como o PP de Alexandre Baldy e o PDT de George Morais. 

Por outro lado, o senador Vanderlan Cardoso (PSD) é cotadíssimo. Aliados veem como o cenário mais favorável que o congressista já enfrentou em Goiânia, uma vez que bateu na trave em disputas contra Iris Rezende e Maguito Vilela, ambos do MDB. 

O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, liderado por Wilder Morais em Goiás, também deve marcar presença na capital. O deputado federal Gustavo Gayer, representante máximo do bolsonarismo em Goiânia, é a possibilidade. O deputado estadual Eduardo Prado também demonstra interesse.

E caso o PSDB não componha com o PT, ainda há o Partido dos Trabalhadores na corrida pelo paço municipal. Assim, a vida dos tucanos pode não ser fácil. Mas é necessário definir qual caminho seguir.