Lula defende inclusão de novos países no Brics e critica permanência do G7

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou nesta quarta-feira (2/8) seu apoio à ampliação do Brics, grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, durante uma entrevista a correspondentes estrangeiros no Palácio do Planalto. Lula enfatizou a importância de permitir que novas nações, como Arábia Saudita, Argentina e Emirados Árabes Unidos, ingressem no grupo, desde que haja consenso entre os representantes dos países membros.

Ele mencionou a possibilidade de uma decisão ser tomada nesse sentido durante a próxima reunião dos presidentes dos países do Brics, que ocorrerá na África do Sul no final do mês.

“Possivelmente nessa reunião, a gente já possa decidir, por consenso, quais os países novos que poderão entrar para os Brics. Eu acho extremamente importante a gente permitir que outros países, que cumprem as exigências, entrarem para os Brics. Do ponto de vista mundial, eu acho que os Brics podem ter uma papel essencial na economia”, disse Lula.

O presidente destacou a relevância global do Brics na economia e, nesse contexto, expressou sua expectativa. “Eu acho que o Banco dos Brics tem que ser mais eficaz e mais generoso do que o FMI [Fundo Monetário Internacional]. Ou seja, um banco ele existe para ajudar a salvar o país e não para ajudar a afundar o país, que é o que o FMI faz muitas vezes”, afirma Lula.

“Eu acho extremamente importante a Arábia Saudita entrar nos Brics. Acho extremamente importante os Emirados Árabes, se quiserem entrar, entrarem nos Brics, a Argentina…”, citou o presidente.

O presidente brasileiro também citou o recente encontro entre autoridades brasileiras e uma comitiva da Arábia Saudita, em um evento na Fiesp, na segunda-feira (31/7). Na qual foram assinados acordos para comércio bilateral e investimentos entre os dois países.

“O Brasil e a Arábia Saudita, dois membros orgulhosos do G20 e produtores de energia, estão bem posicionados para serem parceiros estratégicos, sendo nós líderes econômicos de nossas respectivas regiões”, disse o ministro de investimento do Reino da Arábia Saudita, Khalid Al Falih.

Além de defender a expansão do Brics, Lula aproveitou a ocasião para criticar o G7, grupo formado pelas sete nações: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além de um representante da União Europeia.

Ele acredita que o G7 já deveria ter sido substituído pelo G20, um fórum mais amplo e inclusivo que inclui Brasil e Argentina, entre outros países. “Espero que um dia as pessoas percebam que o jeito de discutir política no G7 está superado. É preciso abrir. Na verdade, o G7 nem deveria existir depois da criação do G20. As mesmas pessoas participam do G7 e do G20, então não sei para que a continuidade. Mas as pessoas criaram um clube e querem participar e não sou eu que vou impedir”, finaliza o presidente da República.