Emedebistas começam a descartar candidatura de Ana Paula

Felipe Cardoso e Francisco Costa

O deputado estadual Charles Bento (MDB) não tem visto da filha do ex-prefeito Iris Rezende, Ana Paula Rezende, sinais de que ela tem interesse em disputar a prefeitura de Goiânia. De acordo com ele, é preciso querer concorrer ao cargo do Executivo, o que não é percebido. “Primeiramente, tem que querer. Não pode ser imposto, garganta abaixo. Então, ela tem que querer e eu não vi manifestação dela sobre isso”, relatou ao Jornal O Hoje. 

A verdade é que os emedebistas têm pressionado Ana Paula para que ela se torne candidata, em 2024. Segundo informações, o presidente da legenda em Goiás, vice-governador Daniel Vilela, deu a ela até outubro para se posicionar se quer ou não seguir os passos do pai no Executivo goianiense. Nos bastidores, porém, outras lideranças já compartilham o mesmo sentimento de Bento e arriscam dizer que Ana Paula teria “jogado a toalha”. 

É evidente que Ana Paula teria, caso decidisse pela disputa, o apoio de parte considerável das lideranças políticas da capital e do Estado. Interlocutores próximos ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil) declaram que o gestor não titubearia em apoiá-la. A benção do chefe do Executivo traria diversos outros nomes de peso para o projeto político da emedebista. 

Em paralelo, o MDB de Daniel Vilela quer, por tudo, construir uma candidatura própria na capital e vê em Ana Paula o melhor de seus nomes. A base emedebista assegura que a política reúne as melhores características que podem levá-la ao paço sem dificuldades. A grande preocupação que paira no inconsciente da maior parte dos players do partido, no entanto, diz respeito ao fator tempo. Parece muito, mas, para política, um ano é pouco.

Entretanto, uma outra ala do partido vai além e garante que a filha do ex-prefeito Iris Rezende já se decidiu. Ela teria optado, segundo essas fontes, por não concorrer ao Paço. 

Outros nomes

Charles Bento reforça que colocou o nome à disposição e que pode disputar pelo partido. Segundo ele, “Daniel nem disse que sim e nem disse que não”. “Disse que tem o nome da Ana Paula. Não sei da vontade dela, não sei se tem essa vontade. Mas é um grande nome, filha de uma pessoa que marcou o nosso estado. Então, estou aí para somar. Seja no MDB, seja na base do governador.”

Em paralelo a tudo isso, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil) tem se movimentado. O político declarou em entrevistas recentes que Ana Paula contará com o seu apoio caso queira disputar. Se esse, porém, não for o cenário, Bruno tem total condição de mergulhar na disputa como ‘candidato do governo’.

Bem articulado, Peixoto reúne os pré-requisitos necessários para ter em seu palanque o governador Ronaldo Caiado, seu vice, Daniel Vilela, e o peso dos 41 parlamentares da Alego. 

O nome do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), também ventila entre as alternativas. Porém, como a mais distante delas. Isso porque o político tem uma pedra no sapato. O político, vale lembrar, foi candidato à reeleição no município de Aparecida, de onde saiu vitorioso com mais de 95% dos votos na eleição de 2020. 

A Justiça Eleitoral, neste caso, o impede de concorrer novamente. Gustavo, contudo, tem apostado em uma brecha legal e deve reivindicar na Justiça o direito de participação no pleito.  Sobre Bruno, Charles Bento diz que apoiaria o colega, mas que não seria vice. “Estou bem com o meu mandato. Seria candidato majoritário ou continuaria como deputado.” Em relação a Mendanha, ele afirma não ter contato.