Kit de joias de Bolsonaro foi colocado em leilão on-line nos EUA, diz PF
A PF verificou que o número de identificação do relógio no site de leilões corresponde ao número registrado no acervo privado do ex-presidente
Por: Tathyane Melo
A Polícia Federal (PF) identificou que um conjunto de joias, dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma viagem oficial à Arábia Saudita em 2021, foi colocado à venda em um leilão online nos Estados Unidos (EUA). O kit de joias incluía um relógio, uma caneta, um anel, abotoaduras e um rosário árabe da marca de luxo Chopard.
A PF deflagrou nesta sexta-feira (11/8) a ‘Operação Lucas 12:2’ com o propósito de esclarecer as atividades de uma associação criminosa envolvida em peculato e lavagem de dinheiro.
O LiveAuctioneers, site responsável pelo leilão das joias, as descreveu como de “propriedade de um cavalheiro” e o leilão aconteceu em 8 de fevereiro deste ano. O valor inicial para participar era de US$ 50 mil, o equivalente a cerca de R$ 245 mil. No entanto, não houveram interessados e o vídeo do leilão teve menos de 30 visualizações.
“O que torna este lote realmente especial é que é um conjunto, incluindo uma caneta em ouro rose 18K com diamantes, um rosário de diamantes, um anel de sinete e um conjunto de abotoaduras para um apresentação de prestígio. Acredita-se que o conjunto geral seja de lote único, tornando esta uma proposta única para o homem que tem tudo”, descreve o site sobre o kit de joias.
O relatório da PF revelou que o número de série do relógio listado no site de leilão coincidia com o número registrado no acervo privado do ex-presidente Jair Bolsonaro. O inquérito também constatou que o kit de joias foi disponibilizado para venda em fevereiro de 2023.
A investigação apontou que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general do Exército Mauro César Lourena Cid; o militar Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef são alvos da operação.
Além disso, mensagens obtidas pela PF indicaram que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, entrou em contato com lojas em Miami e Nova Iorque para tentar vender os presentes oficiais.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República já havia iniciado um processo de investigação sobre o caso das joias recebidas da Arábia Saudita, as quais foram destinadas ao então presidente Bolsonaro e sua esposa.
No relatório, a PF indica que no acesso a página do leilão das joias, era divulgado uma imagem do kit de joias acompanhado por outras informações, incluindo o montante arrecadado de 120 mil dólares americanos (equivalente a cerca de 588 mil).
