Nome de advogado de Bolsonaro aparece em recibo de recompra de Rolex

O objeto teria sido um presente recebido pelo governo em viagem oficial, e vendido ilegalmente no exterior

Postado em: 14-08-2023 às 13h18
Por: Luan Monteiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Nome de advogado de Bolsonaro aparece em recibo de recompra de Rolex
O objeto teria sido um presente recebido pelo governo em viagem oficial, e vendido ilegalmente no exterior. | Foto: Reprodução

O nome de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aparece no recibo de recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos. O objeto teria sido um presente recebido pelo governo em viagem oficial, e vendido ilegalmente no exterior. Agora, a Polícia Federal (PF) vê o recibo como uma “prova contundente” contra o advogado.

Em nota, Wassef afirmou que está sendo julgado injustamente e garante que não participou de nenhuma operação do tipo. Ele está sendo investigado pela recompra, e não venda, do relógio.

O advogado deve depor à Polícia Federal. A PF deve investigar quem deu o dinheiro para que ele recomprasse o presente dado a Bolsonaro. Além disso, a corporação deve apurar como ele recebeu os valores, se foi em espécie ou transferência bancária.

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A polícia deve ter colaboração de autoridades dos Estados Unidos, o que vai facilitar o levantamento de quanto foi a venda e a recompra, em valor maior, além da forma de pagamento.

Wassef foi aos Estados Unidos comprar o relógio de volta após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que o presente fosse devolvido para a União, por não se tratar de um bem de natureza personalíssima. A equipe do ex-presidente afirmava, oficialmente, que o relógio estava no Brasil e seria devolvido.

Assessores de Bolsonaro, no entanto, ganhavam tempo até que o objeto fosse encontrado e recomprado.

Veja a nota de Wassef divulgada no último domingo (13).

“Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho informar que, mais uma vez, estou sofrendo uma campanha de fake news e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto. Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isso é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação.

A primeira vez que tomei conhecimento da existência das joias foi no início deste ano de 2023 pela imprensa. Quando liguei para Jair Bolsonaro, ele me autorizou, como seu advogado, a dar entrevistas e fazer uma nota à imprensa. Antes disso, jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta nem indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda.

A Polícia Federal efetuou busca em minha residência no Morumbi, em São Paulo, e não encontrou nada de irregular ou ilegal, não tendo apreendido nenhum objeto, joias ou dinheiro. Fui exposto em toda televisão com graves mentiras e calúnias.”

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