Bolsonaro amplia lista de passagens por Goiás enquanto Lula mantém distanciamento

Declaração do atual presidente, porém, acendeu a expectativa de que ele visite Goiás pela primeira vez desde que assumiu o terceiro mandato

Postado em: 15-08-2023 às 08h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Bolsonaro amplia lista de passagens por Goiás enquanto Lula mantém distanciamento
Acontece que ele pretende fazer o lançamento do novo PAC em todos os estados | Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estará, de novo, em Goiânia. A previsão é que o líder máximo da direita brasileira contemporânea desembarque na capital goiana na próxima sexta, 18. Se tudo sair conforme o esperado, ele acumulará mais uma visita em sua extensa lista de passagens pelo estado. 

Goiás, de maneira geral, tem apreço pelo líder político. Como já mostrado pelo O HOJE, se dependesse exclusivamente do estado, Bolsonaro seria reeleito na eleição de 2022. Só na capital, o ex-presidente obteve mais de 513 mil votos. Lula, que apesar disso venceu a eleição, somou quase 290 mil eleitores. A diferença entre eles foi de 223 mil votos, o que representa uma fatia de 27,9% dos eleitores goianienses.

Dessa vez, a visita tem como pano de fundo a entrega de título de cidadania na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). De volta ao coração do Centro-Oeste, Bolsonaro será condecorado por iniciativa do ex-deputado Humberto Teófilo (PL) e do atual parlamentar Fred Rodrigues (DC). O primeiro foi o autor do projeto, o segundo, responsável por ‘reativá-lo’ na atual legislatura. 

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Chama atenção o fato que enquanto Bolsonaro segue alimentando suas bases em solo goiano, o presidente Lula, atual ocupante do posto máximo da política brasileira, demonstra receio em estabelecer contato com o estado. Os motivos são óbvios e passam, claro, pela ampla adesão bolsonarista impulsionada, especialmente, pelo agronegócio. 

Enquanto Bolsonaro coleciona passagens pelo estado, a última visita do atual presidente foi em 2010. O governador Ronaldo Caiado (UB), inclusive, recebeu no último mês o vice-presidente da República em Goiás, Geraldo Alckmin, para um encontro com lideranças dos comércio, indústria e serviços. A participação remota de Lula estava prevista, mas, de novo, não ocorreu. O motivo sequer foi esclarecido ao público presente. Nem Alckmin, nem o senador Jorge Kajuru (PSB), idealizador do encontro, tocaram no assunto. 

Em junho, uma visita do petista era esperada na cidade de Rio Verde. O município tem forte tradição no agronegócio e é visto, nos bastidores, como um dos principais redutos bolsonaristas do estado. O desembarque em solo goiano tinha como pano de fundo a cerimônia de conclusão das obras da ferrovia Norte-Sul. O cumprimento da agenda não foi possível por questões climáticas, o que dificultaria o pouso da aeronave presidencial.

Apesar dos desencontros, uma declaração de Lula, durante lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, acendeu a expectativa de que ele venha a Goiás pela primeira vez desde que assumiu o terceiro mandato. Acontece que ele pretende fazer o lançamento do PAC em todos os estados.

No mesmo encontro, a plateia decidiu vaiar o governador do Rio de Janeiro e aliado de Bolsonaro, Claudio Casto (PL), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Lula aproveitou a situação para considerar: “A gente vai ter que aprender algumas lições. Quando fazemos atos como esse, não é para nós do PT, é para a sociedade brasileira. E temos que compor com quem faz parte da sociedade brasileira. Eu me sentiria muito deprimido se um dia eu fosse em um ato em Goiás, convidado pelo Caiado, e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido. Não é o governador ou o deputado que está aqui, é a instituição que ele representa”, disse.

O discurso do petista foi interpretado por algumas lideranças como uma clara tentativa de “preparar o solo” em que deve pisar nos próximos meses. O hiato deve ser quebrado em um futuro não muito distante, haja vista que, para além do anúncio do programa de governo, Lula tende a participar das definições que pautarão o PT goiano rumo às prefeituras no ano que vem. 

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