Anápolis tem o terceiro maior colégio eleitoral de Goiás

Com 260 mil votantes, naturalmente sempre é cortejado pelos postulantes ao governo

Postado em: 31-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Anápolis tem o terceiro maior colégio eleitoral de Goiás
Com 260 mil votantes, naturalmente sempre é cortejado pelos postulantes ao governo

Prefeito de Anápolis, Roberto Naves disse que atuará ativamente na campanha deste ano

Lucas de Godoi e Rafael Oliveira* 

A cidade de Anápolis, que completa 111 anos hoje, historicamente tem um peso importante na decisão das eleições no Estado. Isso porque abriga o terceiro maior colégio eleitoral de Goiás. Em 2016, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, eram mais de 260 mil eleitores alistados. O município fica atrás apenas de Goiânia, com quase um milhão de eleitores e Aparecida de Goiânia, que somam aproximadamente 281 mil. 

Continua após a publicidade

Tradicionalmente, Anápolis é uma cidade simpatizante com as ações dos governos do PSDB. Na eleição de 2014, Marconi Perillo (PSDB) recebeu mais de 76% dos votos válidos. Na ocasião Iris Rezende (MDB), teve 44.204 votos (24%), enquanto o ex-governador conquistou 139.634, vantagem de 95 mil votos. O deputado estadual Carlos Antonio (PTB) analisa que no pleito deste ano, a situação deverá ser diferente. 

Representante do município na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Carlos Antonio (PTB) observa que, diferente dos outros anos, em outubro a atuação das lideranças anapolinas deverá contar mais na hora da decisão dos eleitores. “Antes a força vinha da aceitação que Marconi Perillo tinha na cidade. Como ele hoje não é o candidato ao governo, vai depender muito mais das autoridades locais para que haja um poder de influência para que o eleitorado possa se decidir pelo candidato que seja melhor para a cidade”, defende. Carlos Antonio acrescenta que o cenário de hoje é diferente das últimas eleições ao Palácio e vai exigir maior poder de convencimento por parte das autoridades locais.

Consolidada como o segundo maior polo farmoquímico do Brasil, a cidade viu seu PIB saltar de R$ 8 bilhões para R$ 11 bilhões entre 2010 e 2015, segundo dados do IBGE. A potência da cidade é apontada pelo prefeito Roberto Naves (PTB) como um dos aspectos que justificam a influência política do município. “A importância  de Anápolis é gigantesca. A eleição goiana passa por aqui”, avalia. Segundo ele, seu partido “está com a base aliada do governador José Eliton, já que a cidade deve muito a ele e ao governador Marconi Perillo”. “Tenho o sentimento de gratidão, já que sempre fui recebido pelo governador quando precisei discutir os problemas de nossa cidade”, conclui ao O Hoje. 

Outro ponto a ser analisado é em relação aos atores políticos nascidos na cidade, e que acumulam capital político capazes de se sobrepor aos 260 mil votos. Atual ministro das Cidades, Alexandre Baldy é um bom exemplo. Além de ser o titular de um ministério importante, também é presidente do PP no estado. Além dele, a terra anapolina também deu outro fruto conhecido nacionalmente, o ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à Presidência pelo MDB, Henrique Meirelles. 

Reconhecimento 

De olho no eleitorado, os principais pré-candidatos ao Estado têm participado de eventos na cidade e dialogado com seus apoiadores. O governador José Eliton participou de um evento beneficente neste fim de semana. À imprensa local, Eliton reconheceu a importância da cidade e disse que ela é “a força motriz, o pulmão do Estado no que diz respeito ao desenvolvimento, gerando empregos, melhorando a renda do trabalhador e também a qualidade de vida das pessoas”.

O pré-candidato democrata, Ronaldo Caiado, nasceu na cidade e a qualifica como “Manchester goiana”. Ele entende que a cidade tem plenas condições de influenciar uma eleição, principalmente em um momento de insatisfação generalizada. “Como pré-candidato a governador, avalio que os votos de Anápolis podem sim dar peso não só nesta eleição, por ser emblemática ao nosso estado e ter um eleitorado consciente, que já não aceita mais promessas vazias, mas sim ações efetivas”, destaca.

O governadoriável Daniel Vilela (MDB) foca o desenvolvimento da cidade como responsável. Ao observar que Anápolis possui localização estratégica, Daniel destaca que “sua grandeza econômica só se iguala ao protagonismo de sua gente, focada no trabalho e no desenvolvimento”. Segundo ele, “a contribuição de Anápolis ao crescimento de Goiás é inestimável e isto se reflete na importância decisiva que a cidade tem no processo político de Goiás”.

Identificação partidária

Justamente neste município os partidos políticos vislumbram selar alianças, já com vistas a construir uma base sólida de apoio para a sucessão ao Palácio das Esmeraldas. 

Os números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trazem dados interessantes sobre filiações partidárias. Em Anápolis, 18.947 pessoas estão filiadas a 28 siglas partidárias, o que representa 7,83% do total do eleitorado. Em relação ao pleito passado, houve um crescimento de 22,2% no número de filiados aos partidos. O PT foi o que mais cresceu numericamente na comparação entre maio de 2008 e maio de 2016, saindo de 2.111 para 2.755 filiados. Em seguida vem o PMDB, que saiu de 1.290 para 1.939. O atual campeão de filiados é o PSDB com 3.054 filiados. 

Perfil

Os dados do TSE constituem uma ferramenta importante também, para os políticos que desejam conhecer o perfil do eleitorado anapolino. Do universo apto ao voto, 127.797 são do sexo feminino (52,84%) e 114.031 do sexo masculino (47,15%). A pesquisa divide o eleitorado em 10 faixas etárias e, em todas elas, há predominância de mulheres. A que está com maior número de eleitores fica entre as pessoas com idades que vão de 45 a 59 anos. Esta faixa soma 57.216 aptos ao voto, ou seja, 23,66% do eleitorado local. Logo encostada, está a faixa etária de 25 a 34 anos, que tem 57.132 eleitores aptos, ou seja, 23,62% dos votantes. (*Especial para O Hoje) 

Veja Também