Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Advogado de Bolsonaro afirma ter comprado Rolex nos EUA para “presente ao governo brasileiro”

Advogado pagou US$ 49 mil pelo relógio

Postado em: 15-08-2023 às 21h23
Por: Vitória Bronzati
Imagem Ilustrando a Notícia: Advogado de Bolsonaro afirma ter comprado Rolex nos EUA para “presente ao governo brasileiro”
O advogado destacou que compra teve como objetivo cumprir uma decisão do Tribunal de Contas da União | Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (15), o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, concedeu uma entrevista coletiva na capital paulista, onde apresentou sua versão sobre a recente polêmica envolvendo a aquisição de um relógio Rolex nos Estados Unidos. Segundo Wassef, ele viajou aos EUA e comprou o relógio em 14 de março deste ano, utilizando seu próprio dinheiro. O advogado destacou ainda que a compra teve como objetivo cumprir uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).

Durante uma viagem oficial em 2019, autoridades sauditas presentearam Jair Bolsonaro com um relógio de luxo da marca Rolex. No entanto, de acordo com informações da Polícia Federal, o ex-assessor de Bolsonaro, Mauro Cid, teria levado o relógio para os Estados Unidos, onde supostamente o vendeu ilegalmente.

Wassef refutou qualquer envolvimento em uma suposta “operação de resgate” da joia a pedido de Cid. Ele enfatizou que a viagem já estava marcada antes da compra do relógio, tendo fins pessoais. O advogado afirmou que comprou o relógio com dinheiro de sua própria conta bancária e que ele declarou a aquisição à Receita Federal.

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Segundo Wassef, o valor pago pelo relógio foi de US$ 49 mil, e ele alegou ter utilizado dinheiro em espécie para garantir um desconto no valor da compra, além de registrar o nome do comprador, conforme a legislação dos Estados Unidos. Ele justificou que, ao pagar com cartão de crédito, haveria incidência de IOF no Brasil.

Ao longo da entrevista, Wassef afirmou que não recebeu qualquer pedido de Jair Bolsonaro ou Mauro Cid para adquirir o relógio. Ele também negou ter amizade com Cid, classificando sua relação com o ex-assessor como “muito formal”.

A compra do relógio está sob análise da Polícia Federal, que investiga possíveis irregularidades na venda de presentes de alto valor recebidos pelo governo Bolsonaro. Além disso, a quebra do sigilo bancário do ex-presidente Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi solicitada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Wassef convocou a entrevista coletiva com o intuito de fornecer sua versão dos acontecimentos ao vivo, sem edições, dividindo-a em duas partes: na primeira, negou ter conhecimento sobre joias recebidas pelo governo até este ano; na segunda, abordou o tema de sua viagem aos Estados Unidos, enfatizando a natureza pessoal da viagem e a intenção de cumprir uma decisão do TCU. Ele concluiu reiterando que o dinheiro utilizado para a compra do relógio é lícito e que seu objetivo foi devolver a joia à União.

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