Ministro do STF determina quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro e Michelle Bolsonaro

Investigação, que começou com a venda das joias, se estende a áreas mais amplas, incluindo o uso indevido de recursos públicos e possíveis violações éticas

Postado em: 17-08-2023 às 22h40
Por: Vitória Bronzati
Imagem Ilustrando a Notícia: Ministro do STF determina quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro e Michelle Bolsonaro
Cid informará que repassou os recursos obtidos com a venda das joias diretamente a Jair Bolsonaro | Foto: Presidência da República

À medida que novas informações emergem na investigação envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, novos cenários surgem na política brasileira. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou, nesta quinta-feira (17), a quebra dos sigilos bancário e fiscal do casal, lançando luz sobre alegações de vendas ilegais de joias da Presidência.

A notícia veio à tona após o advogado Cezar Bittencourt, responsável pela defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revelar que seu cliente admitirá ter vendido joias da Presidência a pedido do ex-presidente. Além disso, Cid também informará que repassou os recursos obtidos com a venda das joias diretamente a Jair Bolsonaro. Cid encontra-se detido desde maio, e sua revelação acrescentou mais um elemento intrigante à complexa trama.

Mauro Cid, que desempenhou um papel central como um dos principais homens de confiança de Bolsonaro durante seu mandato na Presidência, admitirá que as joias em questão foram presentes concedidos a Bolsonaro no exercício de suas funções presidenciais. Entretanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) sustenta que presentes de natureza oficial devem ser incorporados ao patrimônio da União, não podendo ser vendidos como bens pessoais.

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A reviravolta na investigação chama a atenção para a interseção entre política, poder e ética, levantando questionamentos sobre a conduta de autoridades e a observância das normas vigentes. A decisão do ministro Moraes não se limitou apenas à quebra de sigilo de Bolsonaro e Michelle, mas também autorizou um pedido de cooperação internacional feito pela Polícia Federal (PF) para que os Estados Unidos disponibilizem informações sobre as contas bancárias dos investigados no caso das joias, presenteadas pela Arábia Saudita durante uma visita à Flórida.

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