Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Desempenho de deputadas é considerada “aquém” da última legislatura

Apesar de compor o dobro de cadeiras na Alego, a maioria é da base governista, o que pode atrapalhar um mandato atuante, alega uma fonte da Casa

Postado em: 21-08-2023 às 07h30
Por: Redação
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Atualmente, dentre as quatro eleitas, apenas Bia de Lima é de oposição ao governo estadual e as outras três são da base | Foto: Sérgio Rocha/Alego

Mariana Fernandes e Rodrigo Melo 

Nas últimas eleições gerais, o número de deputadas estaduais mulheres na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) dobrou. Passou de duas para quatro representantes. Os cargos anteriormente ocupados por Lêda Borges (PSDB) e Adriana Accorsi (PT) – atualmente eleitas deputadas federais -, deram espaço para os mandatos de Vivian Naves (PP), Rosângela Rezende (Agir), Bia de Lima (PT) e Zeli Fritsche (União Brasil).

Apesar do crescimento, a quantidade ainda é tímida comparada a porcentagem de mulheres no Estado, que é mais da metade da população. Outro agravante é que, para articuladores dentro da Casa, a atuação delas está “muito aquém” do que foram Lêda e Adriana. Na legislatura passada, as duas parlamentares dominavam o debate, sem contar que ocupavam a oposição governista.

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Atualmente, dentre as quatro eleitas, apenas Bia de Lima é de oposição ao governo estadual e as outras três são da base.  Por serem de situação, o que parece ser favorável, pode, na verdade, atrapalhar um mandato, justificou a fonte. 

“Para a política mais tradicional, mais municipalista, ajudaria e ajuda. Mas para a consolidação de um mandato mais atuante, fiscalizador, que traga pautas conservadoramente abafadas, isso atrapalha”, argumentou. “A Bia segue bem a linha da Adriana Accorsi. Tem sido muito atuante, combativa. Mas é do histórico. Inegavelmente, era o esperado.”, disse a fonte.

Ao O Hoje, Vivian apontou que o apoio do governo do Estado tem sido benéfico e que “sem dúvidas, quem sai ganhando é a população goiana”. Ela disse que segue trabalhando em prol de projetos que têm como objetivo cuidar das pessoas. Uma das propostas de lei apontadas pela parlamentar é do Projeto da Política Estadual para Fibromialgia, sancionado no último dia 7 de agosto. Além dessas, ela cita a proposta de uma Patrulha Protetora da Criança e do Adolescente e Casas de Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica em Goiás.

“No meu papel como deputada estadual, acredito que cada um desses projetos representa um compromisso com a construção de uma sociedade mais justa, acolhedora e segura para todos os cidadãos de Goiás. A jornada continua neste segundo semestre, mas sinto-me honrada por contribuir com iniciativas que fazem a diferença na vida das pessoas.”, disse a parlamentar.

A deputada corre o risco de ter o mandato cassado após ação aberta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), incluindo o marido e prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP). No processo, o MPE alega que há evidências de entrega de cestas básicas e coação de servidores públicos da Prefeitura de Anápolis para que eles trabalhassem na campanha dela ao cargo. 

A deputada Rosângela Rezende havia sido eleita pela oposição, ao lado do ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha (Patriota). No entanto, com pouco mais de um mês que foi empossada, a filha do ex-governador de Goiás Agenor Rezende acabou migrando para a base governista.

Empossada em março para a Procuradoria Especial da Mulher na Alego, junto com as outras três deputadas mulheres que são procuradoras adjuntas, Rosângela afirmou à reportagem que isso lhe permitiu estar mais próxima dos temas específicos das mulheres. Autodenominada deputada da saúde e das estradas, tem focado em levar investimentos para no Sudoeste goiano, especialmente em Mineiros, sua base eleitoral.

Dra. Zeli, por sua vez, é do mesmo partido de Caiado, mas tem tido posicionamento mais próximos de uma direita radical. A deputada é, inclusive, a única parlamentar feminina que compõem o grupo de 15 integrantes da chamada Frente Parlamentar de Combate ao Aborto, “Pró-Vida”. A reportagem tentou entrar em contato com Zeli e Bia, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.

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