Expoente da política goiana, Iris anunciava fim da carreira política há três anos

Há cerca de três anos, o então prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), convocava a imprensa para anunciar que finalizaria seu último mandato na capital e não mais concorreria ao páreo. Era uma manhã de 25 de agosto de 2020, quando as equipes do Paço confirmaram que a coletiva no Alphaville Park Hotel ocorreria na hora do almoço.

Incrédulos antes – e também depois -, os jornalistas foram até o local para ouvir do próprio Iris Rezende o anúncio de despedida das disputas da vida pública – jamais da política. “Encerro minha carreira política construída há mais de seis décadas”, declarou aos repórteres presentes. 

“Ficamos sensibilizados pelas manifestações de apoio para almejarmos um quinto mandato nas eleições desse ano. Manifestações espontâneas, de muito carinho. Contudo, aqui estou para, de maneira oficial, afirmar que não serei candidato no pleito que se aproxima”, completou.

Um dia antes ele já tinha anunciado o comunicado a aliados. A imprensa já tinha divulgado. Mas era preciso ouvir do próprio líder emedebista para ainda não duvidar. E houve dúvidas. Inclusive, aliados e o próprio prefeito foram procurados ao longo das semanas seguintes para checar se não haveria recuo. Não houve.

Não seria a primeira retirada e nem o primeiro retorno. Mas foi a saída definitiva – pela primeira vez. Algum tempo depois, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e também ex-governador, Maguito Vilela, foi anunciado como pré-candidato do MDB em Goiânia – ele venceu, mas faleceu em janeiro de 2021, não tendo realizado o sonho de gerir a capital.

Mas ainda sobre o anúncio de aposentadoria de eleições, este ocorreu na presença do presidente estadual do MDB e hoje vice-governador (parte, graças a Iris, que promoveu a aproximação com Ronaldo Caiado), Daniel Vilela; o ainda presidente da Câmara municipal, Romário Policarpo (Patriota); o então senador Luiz do Carmo (à época no MDB); o ex-secretário de governo Paulo Ortegal; o próprio Maguito Vilela; bem como o secretariado da época, vereadores e outras figuras políticas. 

Naquele momento, Iris lamentou as mortes ocasionadas pela pandemia da Covid-19, reforçando a condução sanitária responsável do município, e também a queda de receita em Goiânia. Ainda assim, ressaltou os investimentos na cidade, principalmente em obras, e o equilíbrio das contas.

O emedebista cumpriu o mandato até o fim. Apoiou a eleição de Maguito, mas não foi ativo na campanha. Depois do término, continuou se reunindo com políticos, inclusive com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e Daniel Vilela. Trabalhou pela aliança dos dois. Seguiu aconselhando sempre que procurado. 

Entretanto, em 9 de novembro de 2021, aos 87, Iris Rezende Machado morreu após ficar internado por 3 meses por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele morreu no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

O corpo do político, que também foi senador e ministro, foi velado no Palácio das Esmeraldas. Ele foi enterrado no cemitério Santana, em Goiânia. Em 22 de dezembro daquele ano, ele faria 88 anos. Iris foi o mais longevo e bem-sucedido político da história de Goiás, tendo iniciado a carreira aos 16 anos.