Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Manter Tarcísio em SP pode ser estratégico para o bolsonarismo em 2026

Para além do nome do governador paulista, gestores de Minas e Goiás são vistos como possíveis alternativas.

Postado em: 22-08-2023 às 07h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Manter Tarcísio em SP pode ser estratégico para o bolsonarismo em 2026
Zema diz, porém, que prefere apoiar um nome, Caiado se revela ‘candidatíssimo’ e percorre o país em busca de musculatura | Foto: Marco Galvão/Alesp

Em 30 de julho deste ano, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou, por maioria dos votos (5 a 2), o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. Desde então, não se fala em outra coisa senão quem deverá sucedê-lo, aliás, representá-lo, na ‘guerra’ contra a esquerda em 2026. 

No final de outubro do ano passado, vale lembrar, o Brasil testemunhou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer o segundo turno das eleições presidenciais. O petista, arquirrival do bolsonarismo, foi consagrado à mais alta cadeira da política brasileira por bem menos que ‘um beiço de pulga’. Lula obteve 50,9% dos votos, contra 49,1% de Jair Bolsonaro (PL). Após mais de sete horas de apuração, o ex-presidente conseguiu 60,3 milhões de votos, contra 58,2 milhões do atual presidente, uma diferença de 2,13 milhões.

Em paralelo ao resultado apertado, o bolsonarismo reinou no Congresso. Acontece que dias antes do segundo turno, os brasileiros foram às urnas para escolher novos representantes para a Casa de Leis. O resultado mostrou, sobretudo, um bolsonarismo pujante. Com uma larga bancada direitista, aliada a uma diferença pequena em número de votos na briga pela presidência, resta aos bolsonaristas o sonho de dar o troco no líder petista o quanto antes.  

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Para isso, claro, precisam estruturar um nome forte que terá Bolsonaro como principal cabo eleitoral na disputa daquele ano. A maior parte dos entusiastas dessa ideia apostam que o o representante será Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Mas há quem avalie por outro ângulo. Acontece que uma ala direitista, ainda que reconheça o peso do nome de Tarcísio, chama atenção para a importância de se manter o controle do estado mais robusto do Brasil. 

A leitura é que há tempo suficiente para se preparar uma nova liderança. Tarcísio, na contramão de alguns pretendentes, terá a oportunidade de buscar a reeleição em São Paulo. Aos olhos do bolsonarismo, o ideal seria garantir, para além do controle da presidência, o controle do estado que, na ausência do atual governador pode, inclusive, chegar às mãos da esquerda.

Como dito, a situação de Tarcísio não é a mesma, por exemplo, da situação de Romeu Zema (Novo), governador de Minas, e Ronaldo Caiado (UB), governador de Goiás. Ambos foram reeleitos em 2022 e, por isso, estão impedidos de darem sequência aos seus mandatos em 2026. Melhor seria, na avaliação da ala em questão, aproveitar um desses nomes, ou um terceiro em situação semelhante, para construir um novo representante da direita brasileira. 

Zema e Caiado, vale lembrar, flertam com o bolsonarismo. Ambos são vistos nos bastidores como possíveis sucessores do ex-presidente. Enquanto Caiado confirmou, em entrevista à Jovem Pan de São Paulo, sua pretensão de viabilizar seu nome na próxima corrida à presidência, Zema, por sua vez, declarou, há um mês, que prefere apoiar alguém do que ser candidato. Isso facilitaria, sem dúvidas, os planos de Caiado que, em paralelo, já percorre regiões estratégicas do País em busca de musculatura para a pavimentação de um sonho: o de conduzir a nação.

Inelegibilidade

Em desfavor de Bolsonaro, ficou reconhecida a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho do ano passado. A proclamação do resultado foi feita pelo presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes.

Ao proclamar o resultado, Moraes advertiu contra as mentiras e a desinformação propagadas por indivíduos, grupos e ocupantes de cargos eletivos, com a finalidade de desacreditar, sem qualquer prova, a integridade das urnas eletrônicas, visando desestabilizar a própria democracia.

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