Polícia Federal descobre que Bolsonaro ordenou repassar fake news sobre as eleições de 2022

A PF acredita que o objetivo era promover a falta de credibilidade no processo eleitoral brasileiro

Postado em: 22-08-2023 às 16h06
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Polícia Federal descobre que Bolsonaro ordenou repassar fake news sobre as eleições de 2022
“Repasse ao máximo”, ordena Jair Bolsonaro em mensagens - Foto: REUTERS-Marco Bello

De acordo com relatório da Polícia Federal (PF), Jair Bolsonaro (PL) estimulou o empresário Meyer Nigri a repassar fake news sobre fraudes no Supremo Tribunal Eleitoral (STF) nas eleições de 2022. A ordem do ex-presidente ao dono da empresa Tecnisa foi por meio de trocas de mensagens. As informações falsas continham a orientação de serem repassadas “ao máximo”. Além disso, também há ataques ao ministro do STF Luís Roberto Barroso. 

A PF investiga o caso desde 2022, após o Metrópoles revelar conversas pró-golpe em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As mensagens estavam em um grupo de WhatsApp composto por alguns empresários brasileiros. Além do grupo, haviam mensagens entre Meyer e “PR Bolsonaro 8”, suposto contato do ex-presidente. Inclusive, este alega que o Datafolha “inflou” os números de Lula, na época em que ainda era pré-candidato, para “dar respaldo” ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Ao final da conversa, Bolsonaro escreve o comando “repasse ao máximo”. Em seguida, Meyer Nigri responde que já fez isso. Vale ressaltar que o empresário e Luciano Hang, dono da Havan, estão sendo investigados. Contudo, o ministro do STF Alexandre de Moraes prorrogou as investigações. A Polícia Federal acredita que as mensagens tinham o intuito de produzir notícias falsas e, consequentemente, promover a falta de credibilidade no processo eleitoral brasileiro. 

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Grupo de empresários

Conforme o relatório da Polícia Federal, o grupo de WhatsApp reunia empresários de todo o país. Além de Nigri e Hang, também estavam Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu, José Isaac Peres, dono da Multiplan, José Koury, dono do Barra World Shopping, Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia, e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii.

Na conversa do dia 31 de julho, ficou evidente o apoio a um golpe de Estado. Explicitamente, um dos integrantes defendia impedir a eventual posse de Lula. Foi o proprietário do shopping Barra World, José Koury, quem escreveu mensagens com esse conteúdo. De acordo com as falas do empresário, ele preferia uma ruptura à volta do Partido dos Trabalhadores (PT).

Além disso, Koury também defendeu que mesmo se o Brasil voltar a ser uma ditadura, ainda haveria investimentos externos no país. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, afirmou em conversa no grupo de WhatsApp dos empresários.

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