Viagens de Caiado tem com foco mudanças na reforma tributária 

Nas últimas semanas, a agenda do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) está quase toda concentrada em uma labuta em prol de conseguir influir no texto da reforma tributária já em debate no Senado Federal, em Brasília. O que deve continuar na semana que vem, já que o Senado divulgou na última quinta-feira (24) que, na próxima terça-feira (29) a Casa vai debater a pauta com governadores. 

O governador se reuniu na noite da última quarta-feira (23) com a bancada goiana na Câmara dos Deputados. O assunto não poderia ser outro: a construção de uma estratégia para buscar mudanças no texto da reforma tributária. 

Caiado tornou-se um dos nomes mais proeminentes daqueles que não concordam com pontos do texto aprovado nos dois turnos pela Câmara Federal, sob a influência do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). 

Depois de ter ido ao Rio de Janeiro, onde discursou na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Caiado esteve nesta terça-feira (22) em Pernambuco. Lá, o governador foi recebido pela governadora Raquel Lyra (PSDB). O assunto principal, claro, foi a reforma tributária. 

O governador alertou que Goiás pode ficar sem recursos suficientes para investimentos em áreas prioritárias como saúde, educação e segurança pública, setores que se destacam a nível nacional por conta de índices positivos, conquistados desde 2019. 

O mandatário reuniu-se no Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (Lide), em Recife, e aproveitou para ressaltar as consequências negativas caso o atual texto da reforma tributária seja aprovado no Senado Federal. “Não consigo entender como esse projeto, da forma que está, é levado para frente sem que haja uma planilha ou simulação dos prejuízos que a população terá. A pergunta que faço é: como você trata de um assunto que atinge a vida de todos sem ter um estudo concreto?”, questionou Caiado. 

O governador apresentou uma visão objetiva destacando ameaças iminentes ao mercado de trabalho, educação, programas sociais, melhoria do ambiente de negócios, segurança pública e infraestrutura. 

“Se estamos avançando nestes setores, com o nosso PIB registrando mais que o dobro do índice nacional [Goiás cresceu 6,6% em 2022, enquanto o país avançou 2,9%], foi por termos autonomia de gestão, saber direcionar as áreas que devemos investir para conseguir um melhor desenvolvimento. Isso é política de Estado. O povo, por meio do voto, nos deu esse poder de gestão. Então, não se pode retirar de governadores e prefeitos essas prerrogativas constitucionais que lhes são dadas”, explicou Caiado. 

O governador de Goiás disse que sua atuação é em defesa de todos os goianos. “Nós temos de ter uma política regional, que não está sendo analisada com esse projeto de reforma tributária”, reforça. E pontua os prejuízos. “Os 102 municípios mais produtivos de Goiás, grandes produtores em agropecuária, indústria, mineração, com presença de montadoras, vão perder quase R$ 1,5 bilhão ao ano”, projetou.

A fala de Ronaldo Caiado agradou tanto que foi destaque em um dos maiores jornais de Pernambuco, o Folha de Pernambuco. Inclusive com uma foto enorme do governador goiano na capa. 

Na esteira das buscas por apoio e incentivo ao debate, o Sindifisco-GO promoveu um seminário, na manhã da última quinta, para debater o contexto da categoria do Fisco na reforma tributária. A reunião também teve como foco a discussão do futuro da administração tributária com a categoria dos Auditores-Fiscais do Estado e dos Auditores de Tributos dos municípios goianos de maiores PIB (Goiânia, Anápolis e Rio Verde), como prevê o atual texto da reforma.