Recuo de Ana Paula fortalece projeto de Peixoto rumo à prefeitura

Consulta jurídica de Gustavo Mendanha é o único fator que separa, por ora, Bruno Peixoto do título de ‘o candidato da base governista’

Postado em: 31-08-2023 às 08h30
Por: Luan Monteiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Recuo de Ana Paula fortalece projeto de Peixoto rumo à prefeitura
Nos bastidores, porém, o comentário é de que a situação “não é bem assim” | Foto: Reprodução

Que Ana Paula (MDB), filha do ex-governador e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende Machado, está fora do páreo pela prefeitura de Goiânia, todos sabem. A política, conforme mostrado pela imprensa local, desistiu da até então hipotética candidatura, movendo, com isso, consideravelmente as peças postas no tabuleiro da política goianiense. 

Aos olhos de muitos, nada parece ter mudado. Isso porque a eventual candidatura de Ana Paula em momento algum ultrapassou o campo da especulação. Nos bastidores, porém, o comentário é de que a situação “não é bem assim”. 

A relação de irmandade dos partidos encabeçados, em Goiás, pelo governador e vice-governador, Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, respectivamente, diz muito sobre isso. Acontece que as movimentações do UB e do MDB demonstram claramente que ambos caminharão de mãos dadas na eleição que se aproxima — já é esperado, inclusive, que a dobradinha se repita em 2026. 

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Não é preciso muito para avaliar que a saída de cena da filha do mais importante político de Goiás fortalece, mais do que nunca, o projeto encabeçado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto (UB). Esse, sim, ‘candidatíssimo’. 

A leitura nos bastidores é que, agora, o MDB não tem outro nome de peso para a disputa da capital senão o de Gustavo Mendanha (Patriota, a caminho do MDB). Mendanha tem apostado que conseguirá viabilizar sua candidatura à prefeitura da capital por meio da justiça. 

Por ter sido reeleito em 2022, tecnicamente o político está impedido de concorrer ao Executivo em 2024. Contudo, conforme já mostrado pelo O HOJE, o ex, e ao mesmo tempo futuro, emedebista busca com unhas e dentes contornar o empecilho via Justiça Eleitoral. Uma ala do MDB, no entanto, desacredita. Uma fonte consultada pelo O HOJE não hesitou em dizer que gostaria de ver Mendanha na disputa. Menos ainda, porém, em considerar “mirabolância” o projeto. 

Em um cenário onde Mendanha não poderia concorrer, restará à base governista o apoio unânime à candidatura de Peixoto. E é, de fato, nesse sentido que as coisas parecem caminhar. Peixoto não esconde seu interesse e tem trabalhado como nunca para viabilizar o sonho de comandar o Executivo municipal. 

Ligação umbilical 

Ainda que o MDB não tenha candidato na capital, o que, por si só, interromperia um ciclo histórico na briga pela cadeira, o partido não estaria de um todo insatisfeito. É importante lembrar que Peixoto é, antes de tudo, um emedebista histórico. Figurou na maior parte do tempo de sua trajetória política pela sigla. É, todos sabem, um “velho conhecido” do partido e suas lideranças. 

Como se não bastasse, a dobradinha UB e MDB tem se naturalizado pelos quatro cantos do estado. Na vizinha Trindade, por exemplo, a informação que circula é de que o atual gestor, Marden Jr (UB), tende a concorrer à reeleição com o MDB na vice. 

Vale rememorar também o discurso de Bruno Peixoto durante  passagem pela redação do jornal O HOJE, em junho deste ano. Na ocasião, o presidente da Alego frisou que nenhuma decisão em relação à prefeitura seria tomada sem o consentimento do governador e seu vice. “Afinal, o MDB é o União Brasil, e o União Brasil é o MDB”.

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