Filiações ao MDB enriquecem estratégia de dobradinha com União Brasil

O cenário para o pleito de 2024 está cada vez mais clarividente ao passo que alianças são feitas e desafetos se reaproximam

Postado em: 04-09-2023 às 08h00
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Filiações ao MDB enriquecem estratégia de dobradinha com União Brasil
O cenário para o pleito de 2024 está cada vez mais clarividente ao passo que alianças são feitas e desafetos se reaproximam. | Foto: Reprodução

Uma estratégia nem um pouco nova, mas que tem surpreendido até os mais leigos da política: o vice-governador e presidente do MDB goiano Daniel Vilela tem atraído para a sigla cada vez mais prefeitos e vice-prefeitos num fortalecimento imediato para o ano que vem e, também, para 2026. 

Além de ter abonado a ficha de filiação do prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, Daniel também atraiu à legenda o prefeito de Bonfinópolis, o Professor Kelton Pinheiro – e o seu vice-prefeito, Lucas Moreira, chamado por todos na cidade como “Lucas do Galdino”. A legenda municipal vai ser presidida por Kelton. 

Com a chegada dos dois chefes do executivo, e com a eleição suplementar em Cachoeira Alta que elegeu o emedebista Marcelo Paula, Daniel obtém 35 prefeitos e 21 vice-prefeitos. Deste total, seis se aliaram à legenda assim desde janeiro, quando Daniel foi empossado vice-governador de Goiás. 

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Com já havia publicado pelo jornal O Hoje, os prefeitos de Campestre, Fabiano Queiroz; Caldas Novas, Kleber Marra; São Luís de Montes Belos, Major Eldecírio; Bonfinópolis, Professor Kelton Pinheiro; Porteirão, João Henrique. 

Desde que assumiu o cargo de vice-governador de Goiás em janeiro, Daniel Vilela, presidente do MDB, conseguiu ampliar o comando de prefeituras pela legenda. Até o momento março eram 31. 

Fontes do jornal O Hoje vinham informando que, desde janeiro, a estratégia do presidente do partido era percorrer o estado orientando e dando o tom para o convencimento de lideranças a entrarem para a legenda. 

Daniel Vilela, que, sem que qualquer vidente possa dizer, é o eventual candidato governista de 2026, já está de olho no avanço do MDB nos municípios, para angariar cada vez mais nomes para prefeituras e câmaras municipais. 

Por enquanto, o partido tem aberto as portas para prefeitos de outros partidos que queiram assinar carta de filiação à legenda presidida por Daniel desde 2015. O último deles, o prefeito de São Luís de Montes Belos, Major Eldecírio, que deixou o PTB para juntar forças ao MDB. O militar está no segundo mandato. Outro prefeito a filiar-se à legenda, Professor Kelton, de Bonfinópolis, se desfiliou do Cidadania. 

Outro prefeito a ir para o partido do vice-governador, Kleber Marra, de Caldas Novas,  deixou o Republicanos. Além da filiação, ficou acertado que o controle da legenda no município ficará com o prefeito, que indicou o sobrinho, Rafael Marra. Kleber Marra vai buscar a reeleição em 2024.

 Além da construção de pontes locais, para saciar o objetivo primordial de obter êxitos nos pleitos municipais, há, ainda, a missão de consolidar o nome de Daniel como liderança unânime do partido. Com isso, propiciar um ambiente cada vez mais favorável para Vilela em 2026. Vale lembrar que o MDB goiano conta com 117 mil filiados, dois deputados federais e seis estaduais na Assembleia Legislativa.

O partido tem protagonizado enorme expectativa no ambiente político para aqueles que já enxergam o pleito de 2024. Em Goiânia, por exemplo, geografia com identidade de Iris Rezende, histórico emedebista que morreu há pouco tempo, mas deixa suas digitais no futuro do partido na cidade e nos meandros do poder. E, toda ajuda, dizem emedebistas, é bem-vinda. 

E, para isso, a estratégia é uma dobradinha, repetindo 2022, entre MDB e União Brasil, partido do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Recentemente, Daniel Vilela, disse ao Diário de Goiás que não defende aliança para próximas eleições entre as duas siglas: “Já é uma parceria consolidada do Iris com o Caiado”. 

Outra demonstração de força foi feita na Convenção Estadual do União Brasil, que ocorreu em abril último, quando Daniel Vilela destacou que já ocorreram “reuniões da nossa executiva já demos a determinação no primeiro encontro que em todos os 246 municípios ou o MDB vai estar de vice do União Brasil, ou UB tem que estar com o MDB”.

Em Goiânia, por exemplo, e, claro, por enquanto, há a chance de o cabeça de chapa à disputa ao Paço ser o deputado e presidente da Assembleia, Bruno Peixoto (UB). O vice deve ser do MDB. Com a ida do ex-prefeito Jânio Darrot ao MDB em Trindade, e com o irmão dele, João Carlos Freire, à presidência municipal da sigla, é palpável a dobradinha do partido com o União Brasil, que vai apostar na reeleição de Marden Júnior – ele deixou o Patriota e se filiou à legenda do governador. Vale lembrar que Marden é afilhado político de Darrot.

Não surpreenderia se, em Aparecida, o vice na chapa de reeleição de Vilmar Mariano, seja alguém do União Brasil. Ou bem perto da base do governador Ronaldo Caiado que conta com legendas que buscam expressividade junto às decisões de disputas municipais como PP, PSD e Republicanos.

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