Oposição pode recuar para aglutinar com Vilmarzinho em Aparecida
Gustavo Mendanha, ex-prefeito da cidade, encara o desafio de manter grupo coeso e minimizar, ao máximo, as possíveis ameaças trazidas pela oposição
Por: Felipe Cardoso
Circula, nos bastidores da política aparecidense, o comentário de que a oposição ao projeto de reeleição do prefeito Vilmarzinho Mariano (MDB) pode estar com os dias contados. A informação passa pelo trabalho de articulação encabeçado, principalmente, pelo ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota, à caminho do MDB). Isso porque o gestor tem se dedicado arduamente em manter o grupo coeso, minimizando, como fez em sua reeleição, em 2022, as chances dos eventuais adversários do grupo governista.
Todos sabem que Vilmarzinho é o nome do MDB. O prefeito, que acompanha passo a passo de seu líder, Mendanha, fez o caminho de volta ao partido sob a promessa de apoio a seu nome em 2024. Vale lembrar, porém, que a sigla conta com uma figura política de peso no município. Trata-se do presidente da Câmara Municipal de Goiânia, André Fortaleza, que, além de se revelar um grande adversário político de Vilmar ao longo dos últimos anos, demonstra interesse de mergulhar na disputa contra o prefeito.
Antes mesmo da filiação de Vilmar ao MDB, cogitava-se como ficaria a situação uma vez que uma das principais vozes antagônicas ao projeto de Mariano encontrava-se, justamente, alojada na sigla. Desde então, iniciou-se um intenso trabalho de articulação, encabeçado por Mendanha, com foco em manter o grupo unido: leia-se trazer Fortaleza à base.
Fortaleza sempre foi um defensor de que houvesse, no partido, as famosas prévias. A ideia seria descobrir quem os emedebistas queriam ver na disputa. “Ainda que haja uma consulta prévia, todos sabem, inclusive ele, que Vilmarzinho levaria a melhor. É quem está com a máquina na mão, quem tem oficialmente o apoio do Mendanha. Acho que isso não vai adiante”, avaliou uma figura de influência no partido.
A aposta da fonte consultada pela reportagem é de que Fortaleza tende a recuar em sua ofensiva contra o prefeito e ainda compor com a base para as eleições do ano que vem. “É questão de tempo”, diz. A fonte, inclusive, cita uma entrevista concedida recentemente pelo político onde ele enfatiza “estar aberto ao diálogo”. Segundo o político, os sinais são claros de que o projeto de Fortaleza não teria força suficiente contra o atual gestor, o que faria com que o político se aliasse. “É melhor negociar do que partir pro tudo ou nada nessas condições”, pontua.
O mesmo comentário paira sob o nome de Professor Alcides. A informação é que o político também deve recuar em um futuro não muito distante. “Você acha que esse discurso do Alcides de que o combinado era lançar quem estivesse melhor nas pesquisas foi à toa?”, questionou uma figura que, de igual modo, preferiu falar em off. A interpretação é que o federal estaria “fazendo o jogo” na intenção de ampliar seu poder de barganha.
“Acredito que o Alcides também recue. Depois que sentar, conversar e tudo se acertar, ele poderá facilmente dizer que naquele momento Vilmar estaria pontuando melhor e, consequentemente, se apoiar nisso para recuar. Pense bem, se esse for o discurso ele estará na contramão daquilo que ele sempre disse? Não. Então é claro que ele pode recorrer a essa saída se perceber, lá na frente, que ele ganha mais compondo”, observou.
André Fortaleza e Professor Alcides foram procurados pela reportagem mas não atenderam aos telefonemas. O espaço seguirá aberto para manifestação do contraditório.
