Cruz deve contornar crise em reunião com cúpula do Republicanos goiano

Ao retornar para Goiânia, cidade da qual é prefeito, Rogério Cruz (Republicanos) tinha um abacaxi daqueles para descascar nesta quarta-feira (6): lidar com a as queixas de Jorcelino Braga, presidente do Patriota que se tornou um importante aliado na gestão e alguém em que poderia confiar uma ajuda para o projeto de reeleição. 

Depois de uma entrevista ao jornal O Popular, os bastidores passaram a especular que Braga deixaria de frequentar o Paço. De qualquer forma, a situação de Braga no entorno do prefeito se tornou insustentável. A crise fez com que o staff em torno de Cruz e ele próprio procurasse uma forma de acelerar mudanças no primeiro escalão. O que se diz é que está tudo bem, mesmo que haja informações de que o Republicanos, partido do prefeito, esteja satisfeitíssimo. 

Por isso, especula-se inclusive que Cruz poderia deixar o partido pelo qual foi eleito vice-prefeito na chapa encabeçada por Maguito Vilela, que morreu logo após a eleição por causa da Covid-19. O problema é que Cruz, caso saia do Republicanos, perderia uma grande aliada: a Igreja Universal do Reino de Deus, a gigante Iurd e seu poderio de fiéis-eleitores. Cruz é pastor licenciado da denominação de Edir Macedo.

Claro, Cruz tem mais a perder caso saia do Republicanos: tem o fundo partidário e o tempo de televisão, fundamentais para que ele tenha êxito em um projeto multidimensional como o é o de concorrer, desta vez como cabeça de chapa, ao Paço da cidade mais importante de Goiás. 

Vale lembrar que, antes de chegar à prefeitura, Rogério foi eleito duas vezes vereador de Goiânia pelo PRB – que depois se tornaria o Republicanos. O que se sabe, por enquanto, é que é possível que o partido volte a ter protagonismo na gestão com uma reunião que será feita nos próximos dias com alguns nomes importantes da legenda. 

Fontes disseram que a reunião vai ocorrer na segunda-feira, dia 11, onde vão se encontrar, além de Rogério Cruz, o presidente do partido Hildo do Candango, os deputados Jeferson Rodrigues e Ricardo Quirino, o secretário de Governo Jovair Arantes (que, aliás, é ex-deputado federal). Também participa a vereadora e presidente do Republicanos na capital Sabrina Garcez.

Além de ser debatido a questão do desafinamento entre Cruz e o Republicanos, o grupo vai discutir a forma que o prefeito vai trabalhar para a eleição dos vereadores. E isso vai depender da própria viabilidade eleitoral de Cruz. 

Cruz, como o jornal O Hoje escreveu tantas vezes, tem enormes desafios pela frente como um candidato que tem a máquina pública na mão e um monte de gente que precisa dela para conseguir se viabilizar. Cruz tem percorrido a cidade, inaugurando obras. Mas, o que não é novidade, ele tem feito isso desde o início do mandato, quando era, de fato, desconhecido pela maioria dos goianienses. Embora tenha enfrentado diversas crises, têm conseguido, como se carregasse a fé de Abraão, a certeza de que tudo vai ficar bem e ele vai conseguir reeleger-se. 

Se depender do deputado estadual e aliado de Cruz, Clécio Alves, não haverá empecilhos ao prefeito. Em um artigo publicado no jornal O Hoje desta quarta-feira, dia 6, ele ressaltou que, “enquanto muitos atores políticos buscam a polarização e privilegiam embates”, diz ele, “Goiânia reconhece o prefeito Rogério como um líder que tem conquistado o respeito e a confiança dos cidadãos goianienses”. 

Pode ser. Mas, como deve ser resolvido nesta reunião na segunda, Cruz vai ter que provar, na prática, que não está envolvido em tão somente dar sustentáculo a partidos como o Progressistas de Alexandre Baldy com o intuito exclusivo de conseguir a reeleição.