Lulistas se reconciliam com o ‘verde e amarelo’ e hino no 7 de Setembro

Antes atrelado ao bolsonarismo, eleitores de Lula voltaram a exibir as cores da bandeira durante o primeiro 7 de Setembro após o retorno do petista

Postado em: 08-09-2023 às 07h28
Por: Yago Sales
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Antes atrelado ao bolsonarismo, eleitores de Lula voltaram a exibir as cores da bandeira durante o primeiro 7 de Setembro após o retorno do petista | Foto: Ricardo Stuckert PR

“Eu estava no Brasil e queria ser brasileiro”, disse, certa vez, um dos mais notórios historiador do País, Boris Fausto, que morreu em abril aos 92 anos, deixando 30 livros. É importante citá-lo pois, nos últimos anos, ele foi uma voz crítica à utilização política do Sete de Setembro, quando os brasileiros vão às ruas celebrar a Independência do Brasil que, este ano, completa 201 anos. 

Com o petista Luiz Inácio Lula da Silva de volta ao poder e, por isso, protagonista do evento em Brasília, não será possível saber qual a opinião de Fausto – o historiador era de esquerda, mas não poupava críticas ao lulopetismo.

Em todas as capitais do País governadores, ancorados por prefeitos, exibiram risos e acenos às multidões enquanto passavam tropas, corporações e crianças. A celebração em Brasília não lembrava em nada os tempos de Jair Messias Bolsonaro: um grupo muito maior, de verde amarelo, em tom de showmício. Alguns veículos de imprensa destacam que no meio da multidão que acompanhava Lula no palanque também tinha bolsonarismo, como afirma Boris Fausto e, como se parafrasear, já que se está no Brasil, é preciso ser brasileiro. 

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No anexo do Palácio do Planalto, o presidente Lula passou em revista a tropa e, na sequência, seguiu no Rolls-Royce presidencial, acompanhado da primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, até a tribuna de honra montada entre os prédios dos ministérios da Defesa e de Minas e Energia e Turismo, onde havia cerca de 200 convidados. 

O presidente chegou ao local do desfile por volta de 9h e foi recepcionado pelo coral de alunos do Colégio Militar de Brasília, que cantaram os hinos Nacional e da Independência. A música, vista com tanta desconfiança pela esquerda, fez as pazes. Inclusive com o verde-amarelo, que ficou intrinsecamente ligado aos eleitores de Jair Bolsonaro. 

Cerca de 50 mil pessoas aplaudiram e acenaram, também, com bandeiras verde-amarela. E, não raro, repetiu o bordão “ole ole ole ola lula”, além de gritarem palavras de ordem, inclusive, ressaltando a palavra democracia sucessivas vezes. 

Exatamente às 9h23, o presidente Lula autorizou o início das celebrações do Dia da Independência do Brasil ao comandante Militar do Planalto do Exército Brasileiro, general Ricardo Piai Carmona. O presidente não discursou e assistiu, por aproximadamente uma hora e 20 minutos, às atividades da comemoração ao lado do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. 

À frente da tribuna, passaram cerca de 2 mil militares das Forças Armadas, do Corpo de Bombeiros, da pirâmide humana do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, além de 550 estudantes de escolas públicas e de projetos sociais do Distrito Federal; diversos veículos motorizados, como os blindados da Marinha do Brasil e do Exército, motocicletas e bandas militares. 

O desfile em terra terminou com a cavalaria do Primeiro Regimento dos Dragões da Independência. Já o desfile aéreo, contou com a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira (FAB), No momento final, as autoridades presentes e o público acompanharam olhando para o céu às manobras dos pilotos de sete aeronaves, entre elas, a do modelo F-39 Gripen. Por volta de 11h, o público se dispersou.

Na tribuna, próximo ao casal Lula e Janja da Silva, sentaram-se o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; e a esposa Lu Alckmin; a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber; o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, além de diversas autoridades civis e militares.

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