Pedro Sales pode ser a válvula de escape da base governista?

Com a alcunha de tocador de obras, super-secretário e super-pedro, o secretário de Infraestrutura, Pedro Sales, tem andado sumido de qualquer debate político após a correria entre Goiânia e Brasília para derrubar a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a continuidade do Fundeinfra, a taxa do agro. 

Com o avanço de uma discussão que não pode deixar de ser feita, a do pleito eleitoral do ano que vem, por ora, nada de Sales ser citado, mesmo que por alguma luxúria de algum aliado, como a válvula de escape da base governista. 

Antes de Pedro Sales, advogado, escritor e servidor do Supremo Tribunal Federal licenciado assumir todo o protagonismo na área de obras do governo do governador Ronaldo Caiado, ele já era visto como uma possibilidade político-eleitoral. Comedido, evitou, em uma entrevista ao jornal O Hoje, a se jogar em uma ode em que o colocaria como pré-candidato à prefeitura de Goiânia, por exemplo, antes de tantas reviravoltas, como a pretensão de o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, se posicionar tão firmemente como candidato da base governista. 

Não é raro que palacianos, principalmente aqueles que transitam nos bastidores do trabalho de Sales, o reconheçam como uma possibilidade. Letrato, entendido de político, inteligente, sabe negociar e tem um network e faro raros para botar o bloco na rua e fazer obras. 

Em um texto no jornal Opção, o experiente jornalista Nilson Gomes associou o trabalho de Pedro Sales ao de Iris Rezende Machado pelo talento de criar circunstâncias para fazer obras por Goiás.  

Essas características lhe deram algumas oportunidades invejáveis no Palácio das Esmeraldas, sendo Sales colocado sob o seu guarda-chuva de atuação alguns dos órgãos mais cobiçados da administração estadual: Agehab, Goinfra, Saneago e Codego.

Enquanto não se anima nenhum passo de Sales rumo a uma disputa, ele se coloca como um “fiador” da remota expectativa de o ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (MDB), ser candidato do partido de Daniel Vilela (MDB) à prefeitura da capital. 

Em uma entrevista à TV, Sales opinou, ao lado de Mendanha: “Conheço um pouco de jurisprudência, Gustavo. Tenho uma carreira no Supremo Tribunal Federal. Conheço um pouco de jurisprudência eleitoral”, destacou Sales que incentivou a consulta que Mendanha deve realizar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Já fui estudioso no assunto e acho que você deve sim formular a consulta porque seu caso tem uma série de particularidades e peculiaridades que não me surpreenderia ver o Tribunal dizer que você não é um caso de prefeito itinerante e eventualmente permitir sua candidatura, o que acho que seria muito positivo ter você disputando esse pleito”, destacou ainda Pedro Sales, arrancando um sorriso satisfeito de Gustavo.

O super secretário foi nomeado titular da Secretaria de Administração no início do primeiro mandato de Caiado, que o trouxe a Goiás após tê-lo nomeado como assessor no gabinete do Senado. Sales é servidor de carreira do Supremo Tribunal Federal, mas ficou à disposição do Senado, o que lhe deu sinal verde para se tornar um dos auxiliares de elite de Caiado. Depois da Administração, Pedro comandou a Codego, Goinfra e Agehab.