PL pode ser alternativa para caiadistas insatisfeitos com sucessão emedebista

Em 2026, todos sabem, o mais provável é que o atual vice-governador, Daniel Vilela, concorra como o grande nome da base governista

Postado em: 09-09-2023 às 10h30
Por: Felipe Cardoso
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Adesão ao MDB tem sido crescente, mas fontes chamam atenção para a necessidade de estancar possíveis desembarques | Foto: Reprodução

O governador Ronaldo Caiado (UB), todos sabem, não poderá concorrer ao governo goiano nas eleições de 2026. Sendo assim, já paira no ar, antes mesmo das eleições de 2024, uma grande expectativa em relação ao pleito daquele ano. O mais provável, como já mostrado pela reportagem, é que o atual vice-governador, Daniel Vilela (MDB), concorra como o grande nome da base governista. 

Diferentemente do que muitos cogitavam, Vilela tem se mostrado um vice atuante. Ainda que haja muita água para passar por baixo da ponte que liga o atual cenário ao ano de 2026, Daniel inegavelmente tem se revelado com o passar dos dias um líder com potencial para ocupar a posição de sucessor com maestria. 

Acontece, porém, que nem todos os grandes players da política goiana estão satisfeitos com tamanha antecipação de um nome para substituir Caiado quando o governador deixar a cadeira mais cobiçada da política goiana. O ideal, para alguns, seria que um nome mais experiente, maduro, ocupasse esse papel. 

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Outros, em paralelo, afastam essa possibilidade sob o argumento de que um acordo nesse sentido teria sido firmado antes mesmo das eleições de 2022, quando Daniel aceitou o convite de Caiado para concorrer como vice. É importante lembrar que Daniel foi adversário de Caiado na corrida de 2018 e poderia repetir a tentativa caso não tivesse recuado para compor com o governo.

Mas de volta às composições, o comentário, nos bastidores da política goiana, é que o PL, de Jair Bolsonaro, tem sido visto como um possível caminho para uma ala caiadista que não enxerga em Daniel a “figura ideal” para 2026. 

Nesse sentido, é importante destacar que o MDB já enxerga a figura do atual presidente do PL goiano, senador Wilder Morais, como principal adversário de Daniel em 2026. 

Conforme mostrado recentemente pelo O HOJE, o mais novo senador desbancou grandes players da política regional ao sair vitorioso das eleições de 2022. Entre eles, o ex-governador do estado, Marconi Perillo (PSDB) e o ex-deputado federal Delegado Waldir (UB). Para surpresa de gregos e troianos, Wilder escancarou seu favoritismo e, de quebra, foi ungido representante máximo do bolsonarismo em solo goiano. 

A leitura de alguns emedebistas que falaram em off com a reportagem é de que Wilder representa um voto ideológico e, por isso, o discurso de seus adversários na eleição de 2026 dificilmente o desidratará. O mesmo, segundo eles, não pode ser dito sobre Marconi que além de amargar a derrota de duas eleições consecutivas, lidera um partido dilacerado, sem fundo eleitoral e tempo de tv expressivos.  

De volta a Daniel, cabe ao líder dos emedebistas tentar estancar a sangria. É inegável que Vilela, nesse ponto, tem feito o dever de casa. O vice-governador tem atraído para a sigla cada vez mais prefeitos e vice-prefeitos num fortalecimento imediato para o ano que vem e, também, para 2026. 

Sagaz que é, Daniel, no entanto, sabe bem que alguns nomes possuem certa resistência a seu nome. E, claro, como políticos que são, conversam constantemente com diferentes frentes políticas de olho, sempre, nas eleições que se avizinham e até as mais distantes. 

“Mais do que trazer novos nomes, o desafio será, no meu ponto de vista, evitar que alguns nomes estratégicos deixem a sigla e construam um novo nome que possa enfrentá-lo em 2026”, avaliou, em off, um governista. 

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