PF investiga compra de coletes com suspeita de dispensa ilegal de licitação

Destinados à Polícia Civil do Rio de Janeiro, 9.360 coletes balísticos foram adquiridos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões

Postado em: 12-09-2023 às 15h14
Por: Larissa Oliveira
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General Braga Netto (PL), ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para investigar a compra de 9.360 coletes balísticos, realizada com dispensa de licitação. O Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro (GIFRJ) adiquiriu os itens em 2018 para a Polícia Civil do Rio de Janeiro. A operação da PF teve início nesta terça-feira (12).

Contudo, as investigações sobre essa compra não são de agora. Em março de 2022, a Coordenadoria de Repressão à Corrupção da Polícia Federal enviou uma solicitação ao Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo que o órgão compartilhasse informações sobre as investigações envolvendo a aquisição dos coletes, firmada com dispensa de licitação.

No pedido, a PF cita a empresa norte-americana CTU Security, porque esta se beneficiou com a compra no valor de R$ 40,2 milhões. Aliás, o TCU identificou que houve o pagamento de R$ 4,6 milhões a mais pelos coletes. Ou seja, a empresa em questão recebeu bem a mais do que deveria. Essa apuração foi encaminhada à PF, que investiga o caso.

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Na época da compra dos coletes, o general Braga Netto (PL) era o interventor federal do Rio de Janeiro. Apesar do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa não ser o alvo da operação, a PF está investigando ele. Além disso, a Justiça chegou a quebrar o sigilo telefônico do militar. A PF investiga suspeita de crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais.

PF recebeu informação externa

A apuração da Polícia Federal (PF) teve início após receber um alerta sobre o contrato entre a CTU Security e o governo. Em janeiro de 2019, a CTU chegou ao valor integral de R$ 40,2 milhões. O TCU suspendeu o contrato com a empresa e toda a quantia foi devolvida em setembro do mesmo ano.

Quem deu alertou a PF foi uma cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI). A empresa descobriu o contrato enquanto as autoridades norte-americanas investigavam o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021. Segundo a PF, a HSI foi responsável pelo fornecimento de logística militar para destituir Moises e substituí-lo por Christian Sanon.

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