Antes de Aras, Goiás teve uma procuradora-geral da República

Raquel Dodge esteve à frente da PGR de 2017 a 2019; não há goianos entre os atuais cotados

Postado em: 18-09-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Raquel Dodge esteve à frente da PGR de 2017 a 2019; não há goianos entre os atuais cotados | Foto: José Cruz/ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já têm os nomes dos dois principais cotados para suceder o titular da Procuradoria Geral da República (PGR), Augusto Aras: o subprocurador-geral da República, Antonio Carlos Bigonha, e o vice-procurador-eleitoral, Paulo Gonet. Nenhum deles é goiano.

De fato, Goiás teve apenas um PGR desde a redemocratização, ou melhor, uma. Em 2017, indicada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), Raquel Dodge, natural de Morrinhos, assumiu a função. À época, ela tinha 56 anos. 

Dodge tem formação em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), mas também mestrado pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos. A goiana ganhou notoriedade por investigar casos de corrupção, entre eles a Operação Caixa de Pandora, que, entre outras coisas, teve a prisão do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

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A morrinhense, que substituiu Rodrigo Janot como PGR, teve como primeiro ato na Procuradoria um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Polícia Federal (PF) seguisse com as investigações do “banker de Geddel Vieira Lima” e dos R$ 51 milhões.

Em 2018, ela também foi responsável por pedir a prisão do ex-assessor de Michel Temer, José Yunes, do ex-ministro do Governo Dilma (PT), Wagner Rossi, do empresário Antonio Celso Grecco, e de outras pessoas na Operação Skala. A ação, que apurava irregularidade no Decreto dos Portos, foi autorizada pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso.

Ela denunciou, ainda naquele ano, o hoje presidente Lula por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, além de ex-ministros e da então senadora e atual deputada federal, Gleisi Hoffmann, bem como outros nomes. Raquel foi substituída por Augusto Aras.

Posse

Ainda sobre a posse, quando assumiu o cargo, em 18 de setembro de 2017, Raquel Elias Ferreira Dodge fez o tradicional discurso na sede da PGR. Naquele momento, enfatizou saber sobre a “enorme tarefa” no cargo e que os problemas seriam “encarados com seriedade, com fundamento na constituição e nas leis”.

Além disso, ainda citou o Estado e Cora Coralina. “Os valores que defenderemos e que definirão nossas ações estão na Constituição: muito trabalho, honestidade, respeito à lei e às instituições, observância do devido processo legal e responsabilidade. São os atributos da cidadania. Neste início de mandato, peço a proteção de Deus para que nos momentos em que eu for colocada à prova, não hesite em proteger as liberdades, em cumprir o meu dever com responsabilidade, em fazer aplicar a Constituição e as leis, para entregar adiante com segurança o legado que recebo agora, e que eu então possa dizer, parafraseando a grande poetisa Cora Coralina, de meu amado estado de Goiás, que contribuí para que haja ‘mais esperança nos nossos passos do que tristeza em nossos ombros’.”

Cotados

Em relação aos novos nomes, Bigonha tem apoio do PT. Ele é natural de Ubá (MG) e formou em Direito pela UnB. Além disso, ingressou no Ministério Público Federal em abril de 1992, onde permanece.

Já Paulo Gonet Branco é apoiado pelos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Nascido no Rio de Janeiro (RJ), está no MPF desde 1987 e também se graduou em Direito na UnB. Aras fica no cargo até 26 de setembro.

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