Suplicy participa de debate sobre regulamentação da Cannabis para fins medicinais

Ele revelou que está tratando o Parkinson com Cannabis e defende a regulamentação da planta para fins medicinais

Postado em: 19-09-2023 às 16h27
Por: Larissa Oliveira
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O deputado estadual Eduardo Suplicy - Foto: Divulgação

Eduardo Suplicy participou de uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados na manhã desta terça-feira (19). O debate foi sobre uma proposta que prevê a regulamentação do cultivo e da distribuição da Cannabis Sativa no Brasil. A discussão foi convocada a partir da iniciativa da deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), que sugeriu o tema.

Segundo ela, já há movimentos no Judiciário e Executivo para autorizar o consumo, a importação de medicamentos e o autocultivo da cannabis, com prescrição médica. Além disso, o debate sobre o tema também se fortalece no Congresso Nacional. A deputada citou o Projeto de Lei 89/23, que tramita no Senado e institui a política de fornecimento gratuito de medicamentos com canabidiol no Sistema Único de Saúde (SUS).

Já na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 399/15, que viabiliza a comercialização de medicamentos que contenham cannabis sativa em sua formulação, está em análise. “O uso do canabidiol tem se mostrado eficiente para tratar inúmeras enfermidades, o que  justifica a necessidade de ampliar a articulação para regular seu uso no Brasil”, argumentou a deputada Talíria Petrone.

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Suplicy se trata com Cannabis

Eduardo Suplicy, diagnosticado com a doença de Parkinson no final de 2022, participou do debate. Meses após o diagnóstico, Suplicy revelou que iniciou o tratamento com a Cannabis medicinal. Além disso, ele defende a regulamentação da distribuição de medicamentos à base de canabidiol no Brasil para que pacientes que não têm condições econômicas consigam realizar o tratamento.

Segundo Suplicy, inicialmente não havia notado os sinais do Parkinson, doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. Foi seu médico geriatra, Nelson Carvalhaes, que percebeu os primeiros sinais do problema. “Ele detectou, mas não havia nada planejado”, afirma o petista, que foi eleito deputado estadual por São Paulo no ano passado.

Apesar da notícia, Suplicy afirma que nada mudou até então em sua vida. “Eu não me dei conta de que tinha Parkinson. Só mais tarde, conversando com a doutora Luana Oliveira, é que fui percebendo alguns sintomas”, informou. Em sua fala, o deputado estadual se refere à neurologista do Núcleo de Cannabis Medicinal do Hospital Sírio-Libanês.

“Eu estava com certos tremores nas mãos, especificamente na hora de comer, de segurar os talheres, de tomar uma sopa. Tremia um pouco. Tinha também dores musculares na perna esquerda. E algum desequilíbrio, que fazia quase cair ao tropeçar em algum objeto”, relatou. Há alguns dias, Suplicy se reuniu com os filhos Eduardo, o Supla, João e André para conversar sobre a doença.

Durante o diálogo, decidiu que comunicaria seu diagnóstico. Porém, também revelo que está se tratando com Cannabis medicinal. Suplicy informou que importou, em fevereiro, um vidro de Cannabis industrializada para poder iniciar o seu tratamento. Atualmente, ele está tomando cinco gotas do medicamento no café da manhã, cinco gotas à tarde e outras cinco no período noturno. Usa também o Prolopa, remédio tradicionalmente administrado contra o Parkinson.

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