Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Descompasso de pré-candidatos favorece candidatura de Gomide em Anápolis

Base de Caiado na cidade de Roberto Naves está se esfarelando entre eles sem prejuízo ao governador

Postado em: 20-09-2023 às 08h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Descompasso de pré-candidatos favorece candidatura de Gomide em Anápolis
Ex-prefeito e irmão do deputado Rubens Otoni, Gomide é o eventual candidato do PT em Anápolis | Foto: Agência Assembleia de Notícias

Em Brasília, no mandato como deputado federal, alheio ao incêndio no cerne do Progressistas em Anápolis, Márcio Correa (MDB) parece não se preocupar com o tumulto no entorno da base de Ronaldo Caiado (União Brasil) do lado do atual prefeito, Roberto Naves. Naves que, na última segunda-feira (18), deixou o PP após Alexandre Baldy declarar que o candidato da sigla é Leandro Ribeiro – que, como presidente da Câmara, não poupou críticas à gestão de Naves. 

Em entrevista ao jornal O Hoje, Márcio Correa, que assumiu o lugar, provisoriamente, de Célio Silveira, na Câmara, evita comentar o estrondoso rompimento de Naves com o partido do qual a mulher dele, Vivian Naves, foi eleita deputada estadual na última eleição. 

Antes de qualquer comentário, no entanto, ele comenta que, ter assumido o mandato, aumenta a tendência de ser citado como pré-candidato à prefeitura de Anápolis pelo MDB. Ele, por sua vez, afirma: “Essa decisão do MDB é coletiva. Temos um grupo, três vereadores, pessoas de vários segmentos. Estamos conversando, discutindo, para o MDB disputar uma chapa competitiva para eleger um número expressivo de vereadores”. 

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Ele volta a citar: “A majoritária não depende de uma vontade pessoal. Estou em Brasília, representando os eleitores. Neste momento, enquanto estiver aqui vou defender os projetos”. E retorna: “Eleição municipal é natural discutir. Sem dúvidas o MDB vai ter protagonismo ano que vem. Estamos projetando Anápolis, ouvindo o governador e o vice-governador para tomar uma decisão”.

Aos 30 dias de mandato, o deputado afirma que  apresentou projetos importantes nas áreas econômica, projetos da proteção da mulher e consumidores de energia. O deputado também comentou o trabalho feito durante os debates da Reforma Tributária que, por enquanto, estão concentrados de maneira mais pungente no Senado Federal. De qualquer forma, o texto voltará para a Câmara. 

Da base do governador Ronaldo Caiado, Márcio Correa também segue o coro contrário a alguns pontos do texto que foi enviado para a análise dos senadores.  “A reforma é um retrocesso para Anápolis”, defende Márcio. “Vai tirar os incentivos fiscais e pode tirar empresas que estão aqui. Estamos preocupados. Falta clareza de qual tributo que vai ser pago pelo consumidor. Os municípios e estados vão perder sua soberania. A gente tem debatido porque vai voltar para a Câmara Federal”, discorre ele. 

Agora, a respeito da dissidência de Roberto Naves, Márcio prefere não comentar pontualmente a saída do prefeito do seu partido e, de maneira mais genérica, diz: “Divergências locais são naturais. Não vai ser fácil unir a base de Caiado. E isso na maior parte dos municípios. E ele vai compreender. Onde conseguir mediar, vai dar certo. Em Anápolis por ser eleição de dois turnos é normal. Não é fácil o governador unir todo o seu grupo. Cada um vai apresentar o seu projeto e vence quem convencer”, afirma o deputado.  

O que se tem dito contudo é que esse estremecimento entre membros da base do governador favorece o principal nome de oposição da cidade: o deputado estadual Antônio Gomide. Ex-prefeito na cidade e irmão do deputado federal Rubens Otoni, Gomide é o eventual candidato do Partido dos Trabalhadores, partido do presidente Lula, no município. 

Como defendem os petistas da cidade, o fato de Anápolis ser intrinsecamente ligado à direita, e, não há muito tempo, ao fenômeno do bolsonarismo, não deverá influir na candidatura de Gomide. “Ele é visto como um  bom gestor. E o anapolino tem uma tendência de gostar do político e não do partido”, diz um petista que emenda, sobre a saída de Naves do partido: “É briga deles. Isso logo passa”. 

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