“Sempre disse que em algum momento se afastaria”, diz Pedro Chaves sobre Vanderlan

Suplente de Vanderlan Cardoso (PSD) no Senado, Pedro Chaves (MDB) disse já saber que o colega pediria uma licença de 120 dias na Casa Alta há cerca de um mês. “Ele me falou que, assim que votasse a reforma tributária, tiraria a licença”, corrobora o que foi relatado pelo congressista ao Jornal O Hoje.

Em 2018, Vanderlan ainda no PP, fazia parte da chapa encabeçada por Daniel Vilela (MDB), então candidato ao governo de Goiás e hoje vice-governador de Ronaldo Caiado (União Brasil). Posteriormente, ele rompeu com o emedebista e disputou a prefeitura de Goiânia contra Maguito Vilela (MDB) e com o apoio do governador, terminando em segundo lugar. 

Hoje, Daniel e Caiado estão juntos e Vanderlan, neste momento, segue fora do caiadismo. Mas até ano que vem a situação pode mudar.

Mas de volta a Pedro Chaves, ele diz que Cardoso “sempre disse que, em algum momento, se afastaria pra gente assumir. Inclusive para outras pessoas”. Segundo o suplente, o momento escolhido – após a reforma – é o certo. “Ficaria ruim antes disso, pois ele preside a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado. É um tema importante”.

Vale dizer, o colegiado não precisa aprovar a reforma, mas debate o tema, inclusive, com audiências públicas. Na última semana, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) esteve na CAE para tratar do assunto. 

Em um breve resumo, o texto aprovado na Câmara e que tramita no Senado prevê a substituição de dois tributos federais (PIS e Cofins) por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União; e de mais dois tributos (ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por estados e municípios. Já o IPI vai virar um imposto seletivo. A arrecadação do IBS será centralizada e organizada pelo Conselho Federativo. Também serão criados fundos para compensar as perdas de entes federativos e para incentivar o desenvolvimento regional e o combate à pobreza. Há, ainda, a previsão da alíquota zero para os itens da cesta básica.

Contato 

Ainda sobre Chaves, ele trabalha na chefia de gabinete do vice-governador. Questionado sobre a relação atual de Vanderlan com Caiado e Daniel, ele aponta que não pode falar sobre a aproximação. Segundo ele, as conversas recentes com o senador foram sobre a licença.

“Sempre mantivemos contato. Temos um relacionamento muito bom. Muitos prefeitos me procuram para levar as demandas até o Vanderlan, então sempre faço essa ponte. Nosso relacionamento é bom desde o começo do mandato”, destaca.

Já sobre a expectativa de assumir a cadeira, Chaves afirma que está preparado. “Estamos no banco de reserva”, brinca. “Dando certo, no fim do ano devemos estar lá”, arremata.

Licença

Acerca do afastamento, Vanderlan disse ao Jornal O Hoje que esta ocorrerá para que ele possa se dedicar ao partido e formação de chapas, bem como a assuntos particulares. O político é cotado como pré-candidato à prefeitura de Goiânia, mas evita tratar do tema antes da definição da reforma tributária. 

“Tenho deixado muito tranquilo a questão do PSD. Não tenho como definir nada agora, pois estamos em plena a reforma tributária e sou presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, que é muito importante para a proposta”, destaca. “Então, seria incoerente eu tratar de pré-candidatura neste momento. Seria irresponsabilidade pelo cargo que exerço hoje”.