O que os pré-candidatos em Goiânia têm a oferecer pelo apoio do governo?

Prefeito Rogério Cruz e Bruno Peixoto são aliados de primeira hora e apostam nos serviços prestados; Vanderlan Cardoso pode se reaproximar por meio da reforma tributária, tema de interesse do governador

Postado em: 21-09-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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O apoio do governador Ronaldo Caiado é motivo de “cobiça” entre praticamente todos os pré-candidatos à Prefeitura de Goiânia | Foto: Reprodução

O apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é motivo de “cobiça” entre praticamente todos os pré-candidatos à prefeitura de Goiânia. Com exceção de nomes mais ideológicos – especialmente os mais à esquerda -, a parceria em campanha é objeto de desejo e fato diferencial no páreo – mesmo que não haja tradição de vitoriosos com o aval do chefe do Executivo na capital.

Entre os principais “desejosos” do apoio caiadista está o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), que trabalha para se viabilizar na disputa à reeleição. O republicano, que já tem mudado a postura com presença ativa junto à população nas ruas, tem algumas apostas para garantir o suporte estadual. 

A principal delas seria a gratidão. Em 2022, quando o hoje aliado de Caiado, o ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha (Patriota, rumo ao MDB), era candidato ao governo, Rogério não titubeou e fechou apoio irrestrito ao governador na capital, território importante de votos. 

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De fato, Rogério se mantém apoiador do gestor de Goiás desde o começo do mandato e esteve alinhado em momentos de tensão, inclusive durante a pandemia da Covid-19. Além disso, como prefeito ele se vê, conforme bastidores, um nome de direito na concorrência.

Outro que tem pontos positivos para mostrar é o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado estadual Bruno Peixoto (União Brasil). O parlamentar, revelam analistas, trabalha duro pela viabilidade do nome na disputa – o estilo dele, vale lembrar a corrida pela liderança da Alego, é intenso e até “agressivo”, no bom sentido.

Bruno leva à mesa do governador os quatro anos de líder do governo na Assembleia, período em que aprovou todas as pautas do Executivo, especialmente as polêmicas – e foram muitas. Aliado de primeira hora de Caiado, Peixoto também é um presidente que dá governabilidade à administração. 

Sobre a atual presidência, trata-se de uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que é fator positivo para garantir o apoio, o bom trabalho pode inspirar Ronaldo Caiado a pedir pela manutenção de Bruno no cargo. 

Por fim, um nome não tão fácil de fechar o acordo, mas que também pode pleitear é o senador Vanderlan Cardoso (PSD). O congressista disputou a prefeitura de Goiânia com a bênção de Caiado em 2020, mas rompeu em 2021 após o governador fechar aliança com Daniel Vilela (MDB). Em 2022, ele apoiou a chapa de Major Vitor Hugo (PL) ao governo. 

Mas Vanderlan tem também alguns pontos positivos para tentar fazer as pazes. Como congressista, ele tem destinado emendas e apoiado o governo estadual, independente da relação. Hoje, uma aproximação parece mais fácil, uma vez que ele preside a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, que discute a reforma tributária – assunto de grande interesse do chefe do Executivo de Goiás. Ele próprio já disse ao Jornal O Hoje que irá conversar com o gestor.

As bandejas estão na mesa de Ronaldo. Ele, contudo, não deve fazer qualquer sinalização antes da metade do próximo ano, ou seja, mais perto das convenções. Enquanto isso, os postulantes – estes e outros – tentarão complementar os “pratos” apresentados. 

E o MDB?

O MDB tinha, provavelmente, os nomes favoritos para representar a base caiadista. A filha do ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende, Ana Paula Rezende (MDB), e o ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha.

Ana Paula comunicou que não colocaria o nome como pré-candidata há algumas semanas. Ele agradeceu o tratamento de Caiado e Daniel Vilela, mas preferiu não tentar representar o legado do pai, pelo menos neste momento.

Mendanha, por sua vez, tenta consulta para ver a possibilidade de disputa na capital, mas parecer inicial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta a impossibilidade. Para a analista judiciária Kaline Tavares de Lucena, cuja peça instruirá o voto do ministro Ramos Tavares, relator da consulta, a mudança de domicílio do político para tentar o cargo de prefeito em Goiânia “representa desvirtuamento daquilo que o princípio republicano almeja, que é o incentivo à alternância e o desestímulo à perpetuidade no poder”.

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