Para aliados, parecer do TSE favorece Peixoto na corrida por Goiânia

Com Mendanha mais próximo de eventual impedimento e Ana Paula fora do páreo, leitura de figuras próximas ao presidente da Alego é que nome de Bruno ganha musculatura

Postado em: 21-09-2023 às 07h30
Por: Luan Monteiro
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Peixoto nutre a expectativa de concorrer à cadeira mais alta da política goianiense no ano que vem | Foto: Agência Assembleia de Notícias

Nos bastidores da política goianiense, o comentário é que o parecer do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contrário às expectativas do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota, à caminho do MDB), teriam entusiasmado o núcleo duro dos articuladores da candidatura do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB). 

Isso porque, todos sabem, Peixoto, assim como Mendanha, nutre a expectativa de concorrer à cadeira mais alta da política goianiense no ano que vem. O presidente do Legislativo tem trabalhado como ninguém para viabilizar seu passe junto ao governador Ronaldo Caiado (UB). E a leitura, agora, é que deu um novo passo rumo ao objetivo.

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez, que Peixoto leva a melhor em relação às surpresas do destino. Acontece que a filha do ex-governador e ex-prefeito Iris Rezende, Ana Paula Rezende, teria, segundo aliados, a preferência do governador para a corrida na capital. Contudo, em um passado não muito distante, oficializou sua desistência em relação à briga pelo executivo em 2024. 

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Com isso, Bruno passou a figurar como uma alternativa ainda mais viável da base do governo, restando, segundo interlocutores próximos, apenas Gustavo Mendanha como uma pedra no caminho em direção ao Paço. E foi nesse contexto que o entendimento do TSE foi visto com bons olhos pelos entusiastas do projeto do presidente da Alego. 

Acontece que em um eventual cenário onde Mendanha terminaria, realmente impedido de concorrer ao Paço , e paralelamente sem Ana Paula na disputa, o candidato mais palpável do governo seria realmente o presidente da Alego. 

Bruno conta com vários prós, um deles a fidelidade ao governador. Ainda que Mendanha esteja atualmente na base, aliados do presidente da Casa de Leis alegam que meses atrás o ex-prefeito de Aparecida figurava como um grande adversário. 

Também pesa no currículo do presidente da Alego o fato de ter atuado como um grande defensor do governo na Assembleia. Acontece que o então presidente da Casa figurou desde o início da gestão Caiado, em 2019, como líder do governo no Parlamento. E mostrou competência. Bruno articulou a aprovação de matérias importantes para o Executivo. Dentre elas, vale destacar, a implantação da taxa do agro. A contribuição atrelada ao setor produtivo tem sido responsável por garantir, para além da manutenção de rodovias, importantes obras estruturais no interior goiano. 

Caiado, segundo as mesmas fontes, sabe bem que Peixoto se mostrou um importante aliado e por isso conta, agora, com seu aval rumo à prefeitura de Goiânia. Resta a ele torcer, porém, para que o entendimento proferido pelo TSE se replique nas demais instâncias por onde a consulta jurídica tramitar. Se isso acontecer, pode, de fato, herdar a bênção do governo. Caso contrário, maior do que a briga nas urnas será a disputa interna com um grande player político com condições de brigar entre os grandes nas eleições que se aproximam. 

Entendimento

Um parecer técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é contrário à possibilidade da candidatura do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota, rumo ao MDB), em Goiânia.

Mendanha foi prefeito reeleito de Aparecida, mas renunciou ao mandato em abril de 2022 para disputar o governo de Goiás. A tese da consulta feita pelo presidente do MDB nacional, deputado federal Baleia Rossi, era que a saída do cargo ocorreu com distância do pleito de 2024 e que o ex-prefeito tentaria mandato em um município maior.

Para a analista judiciária Kaline Tavares de Lucena, cuja peça instruirá o voto do ministro Ramos Tavares, relator da consulta, a mudança de domicílio de Mendanha para tentar o cargo de prefeito em Goiânia “representa desvirtuamento daquilo que o princípio republicano almeja, que é o incentivo à alternância e o desestímulo à perpetuidade no poder”.

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