Na Argentina, Caiado expõe posição direitista com discurso focado na segurança

Leitura é que o governador marcou posição como liderança capaz de influir no debate político de 2026, ano em que muitos apostam que o gestor será candidato à presidência da República

Postado em: 23-09-2023 às 08h35
Por: Felipe Cardoso
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Na Argentina, Caiado expõe posição direitista com discurso focado na segurança | Foto: Fundación Libertad

O governador Ronaldo Caiado (UB) embarcou, na última quinta-feira, 21, em direção a Buenos Aires, na Argentina. A viagem foi programada para que o governador pudesse participar do II Encontro do Grupo Liberdade e Democracia, realizado na capital do país vizinho. Durante a cerimônia, que ocorreu na última sexta, 22, Caiado apresentou um discurso direitista focado, especialmente, na segurança pública. Nos bastidores da política goiana, a leitura é unânime: o governador marcou posição como liderança capaz de influir no debate político de 2026 — ano em que muitos apostam que o gestor será candidato à presidência da República.

Durante seu pronunciamento, Caiado enfatizou que segurança pública eficiente é uma forma de garantir direitos básicos das sociedades democráticas, como o de ir e vir, a defesa da integridade física e do patrimônio. Caiado participou de um dos painéis do evento, ao lado de representantes do México, Uruguai e Venezuela, e destacou a importância do diálogo e da discussão conjunta de medidas para fortalecer as democracias locais.

Nas entrelinhas, o governador aproveitou para chamar atenção para a necessidade de não se deixar enganar por falácias. “Democracia e liberdade são faces da mesma moeda, mas são frágeis e podem ser utilizadas pelo populismo, que escravizam a estrutura do regime democrático”, disse.

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O gestor defendeu que ações em segurança contribuem para a atuação do Estado Democrático de Direito e para o controle do narcotráfico, um dos principais problemas atuais enfrentados na América Latina. Utilizando Goiás como exemplo, Caiado afirmou que tem trabalhado com firmeza para impedir a infiltração do crime nas estruturas de poder: “O cidadão tem trânsito livre em Goiás. O Estado ocupa todas as estruturas, não tem um palmo sob controle de traficantes”.

Entre as medidas adotadas, Caiado citou a vigilância nas penitenciárias, o fim das visitas íntimas para detentos, o policiamento no campo e o emprego de efetivo para coibir assaltos a bancos – Goiás não registra nenhum crime do tipo desde 2019.

Contexto

O governador goiano tem se revelado empenhado em projetar seu nome como uma alternativa para o ano de 2026, onde deve concorrer à presidência. Em um cenário onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está impedido de disputar, a força do bolsonarismo tende a recair sob os ombros de quem melhor representar uma alternativa à manutenção de um governo encabeçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou qualquer outro nome do campo da esquerda.

Recentemente, Caiado estampou as páginas amarelas da Revista VEJA. Depois, concedeu entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan. Em ambas as ocasiões, a leitura é a de que, aos poucos, Caiado tem alcançado espaço entre os grandes nomes. Dessa vez, na Argentina, a situação não é diferente.

Vale lembrar, inclusive, que durante sua participação no programa Pânico, Caiado defendeu que para se candidatar, é preciso se impor. “A sociedade busca uma candidatura de quem realmente é capaz de ter capacidade no governo federal de botar rumo. Dificuldade é para ser resolvida”, declarou à época.

De volta, porém, ao evento na Argentina, o encontro reúne mais de 200 dirigentes de diferentes países. Caiado foi convidado a falar no painel “Como combater o populismo cultural e fortalecer uma narrativa de liberdade”, que teve mediação do ex-ministro secretário-geral do Governo do Chile, Jaime Bellolio.

Com o tema “Uma nova narrativa para a mudança política”, o evento segue com programação até sábado (23/09) e conta com a participação de nomes de destaque na política da América do Sul, como o ex-presidente da Colômbia Iván Duque; o ex-presidente do México, Felipe Calderón; e o ex-presidente da Bolívia, Jorge Quiroga. Do Brasil, também integraram a programação o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e do senador pelo estado do Paraná, Sergio Moro.

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