A estratégia do PL goiano para construir nomes para 2024 e 2026

Lançamento de instituto presidido por Vitor Hugo pode resolver dificuldade de partido de Bolsonaro em Goiás: preparar candidatos

Postado em: 23-09-2023 às 09h20
Por: Yago Sales
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A estratégia do PL goiano para construir nomes para 2024 e 2026 | Foto: Reprodução

Se tem alguém que esteja voltado quase que inteiramente para a construção de um projeto consolidado da direita em Goiás é Vitor Hugo. Embora tenha perdido o comando do Partido Liberal (PL), do qual também faz parte o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, Vitor Hugo busca manter o protagonismo político-partidário atento às eleições municipais em 2024, mas com binóculos para 2026.

Há uma consonância de discursos entre Vitor Hugo e o presidente do PL em Goiás, o senador Wilder Morais: o de que o propósito da sigla é a garantia de fortalecimento da direita goiana, sobretudo em municípios, como Anápolis. 

Um exemplo claro é o que ocorreu na última sexta-feira (22) na Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg) em que foi, oficialmente, lançado o Instituto Harpia Brasil. A instituição foi fundada e tem o ex-deputado federal e ex-candidato ao governo de Goiás em 2022 como presidente nacional. 

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Semana passada Vitor Hugo concedeu uma entrevista ao jornal O Hoje, em que explicou a ideia do projeto de fundar o Instituto Harpia. “A ideia é que seja um fórum de discussão dos problemas brasileiros. A gente quer fomentar e defender os valores da direita. Propriedade privada, livre iniciativa, liberdade econômica. Fazer manifestos, dar cursos, formar lideranças”, disse Vitor Hugo ao jornal O Hoje.

A estratégia é simples: angariar recursos e tentar trazer o máximo possível de pessoas à organização para que se possa prepará-las para os pleitos municipais do ano que vem e, claro, garantir a manutenção do status quo da direita mais ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lembrando que Bolsonaro, eleito em 2018, não conseguiu reeleger-se em 2022, sendo derrotado para o petista Luiz Inácio Lula da Silva em um segundo turno marcado pela polarização política que dividiu o Brasil entre duas frentes barulhentas: a direita e esquerda, lideradas respectivamente pelos políticos. 

Ele, que foi candidato ao governo goiano pelo PM no pleito do ano passado, afirma que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro é o presidente de honra do Instituto Harpia. Em um texto endereçado para quem quer entender o propósito da instituição, é possível ler: “Por que somos tão desiguais? Como se chegou à situação de termos lideranças importantes que não nos inspiram, não nos orgulham, não nos concedem exemplos de honestidade, dedicação e vitórias? Como ainda temos invasões de terra? Como ainda sofremos com uma segurança pública caótica? Perguntas, muitas perguntas. A fundação é boa. O cenário atual é incerto. O futuro cabe a nós construirmos”. 

O texto ainda lança: “Assim é que temos coragem para enfrentar nossas incertezas e nossos desafios. Por isso, resolvemos criar o Instituto Harpia Brasil: para que possamos construir, proteger e desenvolver o Brasil que queremos para as futuras gerações, aproveitando ao máximo a energia

potencial que possuímos, fruto de tudo aquilo que já expusemos, com base em nosso passado, mas com vistas ao nosso futuro comum, brilhante e contundente”. 

O Instituto Harpia tem o ex–presidente Bolsonaro como presidente de honra, conforme confirmou à reportagem Vitor Hugo. E, em cada cidade, haverá e haverá o seu presidente. Por enquanto já são oito estados e 40 cidades. 

No estatuto da instituição consta, no artigo 3°, que ela vai ao encontro da “defesa incondicional da democracia”, “a solução pacífica das controvérsias”, “respeito aos poderes constituídos, às instituições republicanas e às autoridades brasileiras e estrangeiras”.

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