Líder de atos golpistas diz que PMDF foi “inerte” durante as manifestações

Ana Priscila disse que a corporação “não fez absolutamente nada”

Postado em: 28-09-2023 às 13h46
Por: Luan Monteiro
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Ana Priscila disse que a corporação “não fez absolutamente nada”. | Foto: Câmara do DF

Ana Priscila Azevedo, uma das líderes dos atos golpistas do 8 de janeiro, afirmou que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi “inerte” no dia das manifestações.

Ana Priscila disse que a corporação “não fez absolutamente nada”. Ela depões na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

“O que eu vi foi uma polícia inerte, que não fez absolutamente nada. Sou nascida e criada em Brasília e nunca vi a Praça dos Três Poderes desguarnecida. Não tinha contingente policial nenhum. Eu nunca vi isso na história, isso nunca aconteceu. A polícia não fez nada, estava inerte. As viaturas e os policiais estavam parados. O que eu vi foi um contingente ínfimo. Fui revistada em uma única barreira, simples, pouquíssimos policiais.”

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Ela ainda questionou: “Cadê a tropa de choque, as barreiras de concreto, o contingente policial? A Força Nacional estava ali parada, inerte, no Ministério da Justiça”. Em nota, o ministério ressaltou que, conforme acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, a atuação da Força Nacional no dia 8 de Janeiro estava restrita à sede do MJSP e à sede da Polícia Federal.

“A Força Nacional só foi autorizada a atuar de forma completa após a intervenção federal”, informou a pasta.

A depoente também culpou o Exército pela manutenção das manifestações em frente aos Quartéis-Generais. “Os acampamentos ficaram montados há tanto tempo sem ninguém falar nada em sentido contrário. Por isso, ousamos pensar que éramos bem-vindos. Bastaria um soldado raso nos avisar que deveríamos sair e teríamos ido embora. Ao contrário, vários foram os chamados para que fosse mantida a mobilização popular”, disse, em depoimento inicial.

Em resposta ao presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), Ana Priscila afirmou que as manifestações foram pacíficas. Ela declarou que o vandalismo aos prédios do executivo, legislativo e judiciário teriam sido causados por infiltrados. “Aquele vandalismo, tudo aquilo que aconteceu, não foram os patriotas que fizeram, foram infiltrados, com certeza”, afirmou.

Priscila ainda negou rumores de que ela própria seria uma “infiltrada da esquerda”, afirmando que é investigada desde 2019. “Eu sou conservadora, cristã, patriota convicta, jamais infiltrada”, afirmou.

Ana ficou conhecida por sua atuação em redes sociais inflamando manifestantes que questionavam o resultado das eleições presidenciais de 2022. Em uma postagem antes dos ataques, ela chegou a dizer iriam “sitiar os três poderes” e que o “Brasil iria parar”. Ela está detida no presídio da Colmeia, no Distrito Federal.

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