Polícia investiga se Jair Renan usou documento falso para obter empréstimo bancário

Foi apreendida uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões de empresa com suposta assinatura dele

Postado em: 28-09-2023 às 18h58
Por: Larissa Oliveira
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Jair Renan Bolsonaro foi alvo de mandado de busca e apreensão na semana passada - Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Distrito Federal está investigando Jair Renan Bolsonaro e o ex-assessor dele. A entidade apura se o filho de Jair Bolsonaro (PL) e o instrutor de tiro, Maciel Carvalho, usaram um documento falso para obter um empréstimo bancário, o qual ainda não pagaram. A Polícia investiga uma declaração de um faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, entre julho de 2021 e julho de 2022. À época, estava no nome do filho do ex-presidente da República.

Durante uma operação, a Polícia Civil apreendeu o documento da empresa na casa do ex-assessor de Jair Renan. A declaração de faturamento tem uma suposta assinatura do filho do ex-presidente. Por isso, foi submetida a uma perícia para verificação de autenticidade. De acordo com a investigação, os suspeitos possivelmente apresentaram o documento a fim de conseguir a liberação de um empréstimo bancário. Aliás, até hoje o dinheiro recebido ainda não foi quitado.

Aberta em 2020, a Bolsonaro JR Eventos e Mídia tinha como principal ramo de atuação fornecer “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”. Hoje, ela consta como encerrada no cadastro da Receita Federal. A propriedade da companhia teve uma mudança a partir de doação e é um dos fatos que a Polícia Civil investiga. Segundo Admar Gonzaga, advogado de Jair Renan, não se manifestará sobre as investigações porque ainda não teve acesso à íntegra do processo.

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Apuração da Polícia

Para checar os fatos, a Polícia Civil pediu à 5ª Vara Criminal de Brasília a quebra de sigilo fiscal e bancário da empresa. As autoridades visam descobrir se a firma realmente teve os ganhos declarados ou se as informações foram infladas. Possivelmente, a defesa de Jair Renan argumentará que a declaração se tratava apenas de uma “estimativa de faturamento” da companhia. Além disso, podem afirmar que a elaboração do documento foi para fins lícitos e que a projeção de ganhos não se concretizou.

Apesar disso, a Polícia suspeita que a transferência da empresa de Jair Renan para Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos ocorreu a fim de evitar o pagamento de impostos. Em março de 2023, o filho do ex-presidente transferiu a sua companhia para o empresário do ramo de tiro esportivo. No mesmo mês, Jair Renan foi nomeado como assessor parlamentar do senador Jorge Seif (PL-SC). Segundo a defesa do filho de Bolsonaro, ele não poderia ter empresa em seu nome para poder assumir a função.

Diferentemente de transações de compra e venda, doações passam por tributação. Entretanto, apesar da transferência da empresa ser antes da posse do cargo, o advogado Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos afirmou que seu cliente desconhecia o empréstimo. “Porque a transferência da empresa não foi algo planejado e, sim, de supetão, para que Jair Renan assumisse o cargo de assessor em Balneário Camboriú”, disse a defesa do filho de Bolsonaro.

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