Vaga no STF pode mudar destino de Dino e Accorsi?
Pelo menos em Goiás há expectativa de que Lula pode conceder lugar privilegiado para Adriana Accorsi no primeiro escalão
Por: Yago Sales
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Depois da apoteose midiática do anúncio dos 37 ministros no término da dificílima corrida eleitoral em 2022, quase todos cumprindo promessas de campanha de abranger o perfil dos auxiliares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve de ceder, gerando uma crise identitária em sua base: demitiu nomes que cumpriam as expectativas de uma elite intelectual, mais à esquerda, para acomodar grupos políticos que pularam, abraçados, ao projeto de reeleição de Jair Messias Bolsonaro que terminou derrotado. Sim, o Centrão.
E tem expectativa de mais trocas para, claro, dar mais espaço para o Centrão. Desta vez o PSD também quer uma fatia da máquina federal. De qualquer maneira, existe alguma dignidade à sustentação do governo lulopetista. Ele tem dito que não abre mão de jeito nenhum de pastas, sobretudo aquelas que são ligadas à área social e à Justiça. Esta última, inclusive, comandada por uma aliado de primeira ordem, capaz de usar de adjetivos e dedos em riste para defender o governo: o ministro Flávio Dino que, dizem analistas, está mal avaliado pela condução da segurança pública.
Mesmo assim, é um dos homens de confiança de Lula da Silva no primeiro escalão. Evidentemente agradou, e muito, ao presidente ao conduzir a epopeia do 8 de janeiro, quando apoiadores, insatisfeitos e impacientes, do ex-presidente Jair Bolsonaro causaram uma destruição imprescindível na Praça dos Três Poderes. Depredaram o Planalto, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e, principalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF).
Este último, portanto, pode ter a indicação de um nome da preferência de Lula, como ele fez ao escolher Cristiano Zanin, que substituiu Ricardo Lewandowski. Agora, Lula poderá colocar alguém na cadeira de Rosa Weber. E tem quem diz que pode ser o ministro Flávio Dino.
Currículo ele tem, garantem petistas. Além do lado ideológico – ele foi do PCdo B-, chegou a ser governador por dois mandatos no Maranhão. Antes, foi deputado federal. E antes ainda foi juiz federal. E antes, de novo, foi advogado. Mas nada está definido.
Antes de ser “cotado” – sim, entre aspas, já que não se sabe o que se discute nos corredores e gabinetes às portas fechadas -, Flávio Dino andava “dizendo demais”. Contaminando, digamos assim, o que se exige da característica de um bambambam da Suprema Corte: a isonomia. O silêncio do homem da justiça de Lula pode indicar que ele pode, surpreendentemente – não sendo surpresa – ser o indicado. Sobretudo pelas últimas falas de Lula em que descartou que usaria, como critério, o gênero ou cor para indicar ao STF.
E quem poderia substituir Flávio Dino na super pasta da Justiça e Segurança Pública? Em Goiás, pelo menos há uma suspeita: a deputada federal Adriana Accorsi (PT). Muito querida por Lula, a delegada mais popular de Goiás, porém, é o trunfo do PT estadual, uma das disputas mais complicadas dos últimos anos no âmbito municipal: a prefeitura de Goiânia.
Um pedido de Lula (para petistas) é uma ordem. E foi assim quando, já no segundo mandato de deputada estadual, foi convocada para o batalhão anti-bolsonarista para construir uma frente de defesa à governabilidade no Congresso Nacional.
Ela, inclusive, tem sido uma aposta do PT de maneira que, no País, surpreende pela confiança. Foi duas vezes candidata ao Paço Municipal: em 2016 e 2020. Fica a pergunta à deputada: ela aceitaria um convite para aceitar assumir ao Ministério da Justiça e Segurança Pública? Há muita água para passar nas águas que circundam o Palácio do Planalto.