“Reforma Tributária é ameaça ao desenvolvimento pensado por Kubitschek e Ulysses”, diz Caiado

Fala do governador de Goiás foi durante o Fórum de Governadores do Brasil Central, realizado na última sexta, em Rio Quente, para discutir problemas que afetam os estados do grupo

Postado em: 30-09-2023 às 08h20
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: “Reforma Tributária é ameaça ao desenvolvimento pensado por Kubitschek e Ulysses”, diz Caiado
Governadores acatam novo modelo de policiamento em divisas | Foto: Júnior Guimarães

O fortalecimento do Desenvolvimento Regional, pensado por políticos brasileiros da envergadura de Juscelino Kubitschek e Ulysses Guimarães, a fim de garantir igualdade de oportunidades aos quatro cantos do Brasil, pode ser rompido com a aprovação precipitada do atual texto da Reforma Tributária. O alerta é do governador Ronaldo Caiado ao lado de chefes do Executivo de outros cinco estados durante a abertura do Fórum de Governadores do Brasil Central, na última sexta-feira (29), em Rio Quente, no sul do estado. 

“Peço, neste momento que estamos discutindo grandes reformas, que tenhamos a sensibilidade de entender que Ulysses Guimarães buscou na Constituinte os desenvolvimentos regionais”, argumentou Caiado, ao reiterar crítica à alíquota do novo imposto sobre o valor agregado (IVA), que deve variar entre 20,03% e 30,7%. O governador estava acompanhado da primeira-dama, Gracinha Caiado. 

“Imagina poder botar uma alíquota única no Brasil, do Amapá até o Rio Grande do Sul, com situações totalmente heterogêneas, diferentes, peculiares do seu dia a dia”, alertou. “A simplificação, nós queremos”, esclareceu. É necessário, porém, “ter a capacidade de cada governador buscar uma independência. Nós fomos eleitos pelo voto. Não para receber receita de quem não sabe os problemas reais que nós estamos passando”, criticou Caiado. 

Continua após a publicidade

“Acredito que nós, os 27 governadores, temos uma responsabilidade ímpar de mostrar que ninguém aqui vai se posicionar mais esperto do que o outro. Nossa responsabilidade é com o povo do nosso estado, do nosso país. Não tem espaço para esperteza. O espaço é para a transparência. Ninguém quer sobrepujar o outro”, finalizou o governador de Goiás. 

O posicionamento de Caiado foi validado pelos demais governadores. Na avaliação de Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, a Reforma Tributária não está pronta para ser votada e ainda carece de diálogo com os senadores, no sentido de ter o menor impacto possível nas contas. “O Distrito Federal vive uma situação diferente dos demais estados do Centro-Oeste. A gente tem uma expectativa de aumento na arrecadação, mas isso tudo tem de ser debatido com todos os governadores, porque não existe uma reforma que vai beneficiar um estado e prejudicar os demais”, alegou.

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, frisou que essa luta precisa ecoar na voz de todos os líderes de Executivo, uma vez que serão impactados, ainda que de formas distintas. “A preocupação de Caiado não pode ser só sua. Todos têm indústrias, setor que produz, turismo, empresários”, observou. “Temos uma regra de transição que vai até 2032. E o governo do Caiado termina em 2026, então é uma preocupação de coerência, de respeito com o estado e de cuidado. É a mesma preocupação que nós temos”, finalizou.

Encontro

O evento, promovido pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), discutiu temas fundamentais para o desenvolvimento da região e que, ao mesmo tempo, movimentam a pauta nacional. Foram quatro painéis: Brasil Central: Oportunidades e Desafios; Reforma Tributária: Impactos na região do Brasil Central; Segurança Pública: Protocolo de Intenções; e Marco Temporal: Direito à Propriedade. 

O primeiro painel contou com a participação de seis dos sete governadores que compõem o 

O Fórum foi uma oportunidade para fortalecer essa cooperação e buscar soluções conjuntas para os desafios que a região enfrenta. “O consórcio é exatamente para isso: trazer experiências exitosas de cada um dos estados, para que a gente possa aprimorar a nossa gestão”, pontuou Carlos Brandão, do Maranhão.

Foto: Júnior Guimarães

Veja Também