Moro conduziu interrogatórios sobre autoridades com foro privilegiádo, diz ex-delator

Essas autoridades não poderiam ter sido alvo de invetigações em primeira instância, onde Moro atuava

Postado em: 02-10-2023 às 13h21
Por: Luan Monteiro
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Essas autoridades não poderiam ter sido alvo de invetigações em primeira instância, onde Moro atuava. | Foto: Senado

O ex-juiz Sergio Moro teria conduzido pessoalmente interrogatórios que tinham como alvo ministros do Superior Tribunal de Justiça, integrantes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e do Tribunal de Contas do Paraná. A informação consta em documentos obtidos pelo portal g1.

Essas autoridades não poderiam ter sido alvo de invetigações em primeira instância, onde Moro atuava. O ex-juiz, por sua vez, afirmou que “nenhuma autoridade com foro foi investigada” e que haviam suspeitas de tráfico de influência de terceiros, advogados que vendiam facilidade sem houvesse participação dos ministros.

Nos documentos constam depoimentos prestados pelo ex-deputado estadual Tony Garcia, que acusou Moro de tê-lo usado para levantar provas contra autoridades que não poderiam estar sob a mira da Justiça Federal, mas de sim de cortes superiores.

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Os depoimentos fazem parte do material entregue por Tony Garcia ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. O ex-deputado quer anular o acordo que fez com Moro. Ele afirma ter sido usado pelo ex-juiz para cometer ilegalidades.

O primeiro depoimento de Garcia aconteceu no dia 16 de dezembro de 2004, um dia depois de ter assinado o acordo de colaboração.

Ao fechar o acordo, o ex-deputado recebeu, por escrito, “30 tarefas”, que incluíam o uso de escutas ambientais em encontros com políticos e juristas. O material era entregue “em mãos” a Sergio Moro, segundo o processo.

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