Os nomes que ainda dão fôlego ao MDB na corrida por Goiânia

Nos bastidores, comentário é que o partido tende a indicar a vice em uma eventual chapa encabeçada pelo União Brasil

Postado em: 03-10-2023 às 07h30
Por: Francisco Costa
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Ainda assim, alguns players trabalham para manter vivo o protagonismo do partido que amarga a desistência de Ana Paula e a dificuldade de Mendanha | Foto: Reprodução

O MDB em Goiânia ainda respira na capital para as eleições ao paço municipal em 2024. Apesar de ter “perdido” a filha do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende, Ana Paula Rezende (MDB), e dificilmente conseguir emplacar o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota, rumo ao MDB), o partido ainda tem dois pré-candidatos. Nos bastidores, o comentário é que o partido tende a indicar a vice em uma eventual chapa encabeçada pelo União Brasil. Ainda assim, alguns players trabalham para manter vivo o protagonismo da sigla que amarga a desistência de Ana Paula e a dificuldade de Mendanha. 

Um deles é o do deputado estadual Charles Bento (MDB). O parlamentar já antecipava, no começo de agosto, que Ana Paula dava sinais de que não disputaria o cargo que o pai dela ocupou em diversas ocasiões.  “Primeiramente, tem que querer. Não pode ser imposto, garganta abaixo. Então, ela tem que querer e eu não vi manifestação dela sobre isso”, relatou ao Jornal O Hoje, naquela época.

Ainda na data, o parlamentar reforçou ao veículo de comunicação que colocou o nome à disposição e que poderia disputar pelo partido. Questionado se poderia ser vice, ele descartou. “Estou bem com o meu mandato. Seria candidato majoritário ou continuaria como deputado.”

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Outro que se coloca à disposição e tem feito articulações claras para ocupar o vácuo do partido é o neto do ex-senador Mauro Miranda e segundo suplente de deputado federal do MDB, Felipe Cecílio (MDB). Ele teve 14.685 votos no pleito de 2022.

Além Mauro Miranda, Felipe também é neto do ex-deputado federal Jamel Cecílio. Desde antes dos casos de Ana Paula e Mendanha ele tem reforçado sua posição de pré-candidato. Segundo ele, o MDB tem interesse real em lançar candidatura em 2024, e vê a oportunidade sem dois dos principais quadros da legenda.

Mendanha e Ana Paula

Sobre Mendanha, em meados do mês de setembro um parecer técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi contrário a possibilidade da candidatura do ex-prefeito de Aparecida, em Goiânia. Gustavo foi prefeito reeleito de Aparecida, mas renunciou ao mandato em abril de 2022 para disputar o governo de Goiás. 

A tese da consulta feita pelo presidente do MDB nacional, deputado federal Baleia Rossi, era que a saída do cargo ocorreu com distância do pleito de 2024. Além disso, que o ex-prefeito tentaria mandato em um município maior.

Para a analista judiciária Kaline Tavares de Lucena, cuja peça instruirá o voto do ministro Ramos Tavares, relator da consulta, a mudança de domicílio de Mendanha para tentar o cargo de prefeito em Goiânia “representa desvirtuamento daquilo que o princípio republicano almeja, que é o incentivo à alternância e o desestímulo à perpetuidade no poder”. À época, Mendanha disse que era o esperado, mas que o momento é de fazer a defesa e o contra-argumento. Antes do relator dar o voto, que será julgado pelos outros ministros do TSE, o Ministério Público Eleitoral (MPE) fará sua manifestação. 

Antes disso, Ana Paula anunciou aos aliados que não disputaria a prefeitura de Goiânia. Um dia depois, formalizou a desistência pelas redes sociais. “Após um tempo de profunda reflexão tomei a decisão de não apresentar meu nome como pré-candidata a prefeita nesta eleição”, escreveu no Instagram.

Segundo Ana, à época, o nome dela era sondado pelo MDB para a disputa, o que “a honra e envaidece”, pois entende como uma homenagem ao pai. Ainda assim, ela preferiu agradecer ao presidente estadual da sigla e vice-governador, Daniel Vilela, pelo cuidado e ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil), “por ter a certeza de que estaria ao meu lado se levasse adiante uma candidatura”.

Também naquele momento, ela disse que não descartava “disputar um mandato eletivo futuramente”. Ana argumentou que queria participar da política, por entender “a fundamental importância da política para transformar a vida dos que mais precisam. Para isso entendo que preciso construir o meu próprio caminho, com humildade, tempo e os pés no chão”. Por fim, ela afirmou que podem contar com ela para um projeto voltado para cuidar da cidade e que Iris continua sendo referência para ela. A disputa, contudo, ficará para outro momento.

Pela base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), mas não pelo MDB, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), tem articulado pela disputa. O político tem apoio massivo dos deputados estaduais.

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