Vilmarzinho tem abismo de popularidade com Mendanha, que pode virar o jogo

Aposta do MDB, para o qual retornou em agosto, Vilmar Mariano precisa superar obstáculos para não perder favoritismo do partido de Vilela em 2024

Postado em: 03-10-2023 às 07h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Vilmarzinho tem abismo de popularidade com Mendanha, que pode virar o jogo
Na ocasião, emocionado, sabendo que o evento era a chave de confiança da elite política do seu partido, ele discursou | Foto: Reprodução

Era uma festa. Antes dos discursos de emedebistas graúdos naquele 24 de agosto, o rosto de Vilmar Mariano aparecia, em uma projeção, sorridente, entre o todo-poderoso do MDB nacional, o deputado federal Baleia Rossi e o vice-governador e presidente da sigla estadual Daniel Vilela. Na imagem também emergia o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o seu antecessor, e garantidor no retorno da legenda, Gustavo Mendanha (sem partido). 

No evento que marcou a volta de Vilmar Mariano, também compareceram o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto, e os colegas deputados estaduais Charles Bento e Veter Martins. Além claro de vereadores e prefeitos. Na ocasião, emocionado, sabendo que o evento era a chave de confiança da elite política do seu partido, ele discursou. 

“Este ato tem como objetivo manter o legado dos tocadores de obras como Iris, Maguito, Norberto Teixeira, Gustavo Mendanha em Aparecida, alinhamento 100% ao governador Ronaldo Caiado e ao vice-governador Daniel Vilela e acelerar o trabalho de gestão política para 2024”, disse ele, distribuindo alguns códigos de como estar preparado para chegar vitorioso no outubro do ano que vem. 

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O retorno de Vilmar Mariano ao MDB foi a largada para a corrida rumo à reeleição em Aparecida. Foi pela sigla que Vilmar chegou pela terceira vez à Câmara Municipal aparecidense (ele já tinha sido filiado ao PTN e PSDC). E, pela mesma legenda, compôs a chapa puríssima com Gustavo Mendanha na disputa em 2020. Um tempo depois, com a saída de Mendanha da prefeitura e, concomitantemente, do partido, para concorrer ao governo, Vilmar também deixou o partido de Daniel Vilela. 

Passadas as mágoas e incongruências, o jogo voltou ao normal: o grupo de que Daniel precisava estava firme e forte para organizar os planos do pleito de outubro do ano que vem. Vilmarzinho, como o prefeito aparecidense é conhecido, tem ao seu dispôr a força histórica do partido que há pelo menos 16 anos comanda a segunda maior cidade goiana, com um colégio eleitoral invejável, mas que pode ser um fator surpresa. E disto o político aparecidense sabe. 

Mas um ponto é importante: o retorno de Vilmarzinho corresponde à expectativa de Gustavo Mendanha que, é bom lembrar, teve a votação mais expressiva de um prefeito em 2020: reeleito com quase 96% dos votos, um total de 197.491 mil votos. A unanimidade consolidou o nome de Mendanha como um dos políticos mais expoentes do Estado, o colocando em uma disputa madura pelo governo. 

Embora tenha sido derrotado ainda no segundo turno, Mendanha ficou em segundo lugar, obtendo 25% dos votos, uma somatória que deixou muitos outros candidatos no chinelo: 879 mil votos. Claro, ainda existe um abismo de popularidade entre Vilmar Marino e Gustavo Mendanha. 

De qualquer maneira, existe uma expectativa expectante entre emedebistas, e Mendanha se inclui, embora não tenha se filiado ainda – mas que se comporta como um, com trânsito na sigla como nos tempos antigos – de que Vilmar Mariano vai deixar qualquer dificuldade para trás. 

E ele sabe que, a um ano do pleito, existem diversos caminhos que uma disputa como a que terá de enfrentar se impõe. Um deles, inegavelmente, é, de repente, em caso de inviabilidade de seu nome, aparecerem outros sujeitos. Como revertê-lo? O prefeito já o tem feito. Tem percorrido, ao estilo Iris Rezende, a cidade, em busca, além de mostrar-se, em mutirões, ver o que está dando certo – e não – no que resta da sua gestão.

Ainda é cedo, avisa um emedebista aparecidense, para entender se Vilmar vai ser, definitivamente, o nome do grupo mais poderoso da cidade. Afinal, Daniel Vilela não vai abrir mão de que a cidade, revolucionada pelo seu pai, Maguito Vilela, caia em mãos “erradas”.

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