Vilmarzinho tem abismo de popularidade com Mendanha, que pode virar o jogo
Aposta do MDB, para o qual retornou em agosto, Vilmar Mariano precisa superar obstáculos para não perder favoritismo do partido de Vilela em 2024
Por: Yago Sales
![Imagem Ilustrando a Notícia: Vilmarzinho tem abismo de popularidade com Mendanha, que pode virar o jogo](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2023/10/2-foto-reproducaop-1024x682.jpeg)
Era uma festa. Antes dos discursos de emedebistas graúdos naquele 24 de agosto, o rosto de Vilmar Mariano aparecia, em uma projeção, sorridente, entre o todo-poderoso do MDB nacional, o deputado federal Baleia Rossi e o vice-governador e presidente da sigla estadual Daniel Vilela. Na imagem também emergia o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o seu antecessor, e garantidor no retorno da legenda, Gustavo Mendanha (sem partido).
No evento que marcou a volta de Vilmar Mariano, também compareceram o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto, e os colegas deputados estaduais Charles Bento e Veter Martins. Além claro de vereadores e prefeitos. Na ocasião, emocionado, sabendo que o evento era a chave de confiança da elite política do seu partido, ele discursou.
“Este ato tem como objetivo manter o legado dos tocadores de obras como Iris, Maguito, Norberto Teixeira, Gustavo Mendanha em Aparecida, alinhamento 100% ao governador Ronaldo Caiado e ao vice-governador Daniel Vilela e acelerar o trabalho de gestão política para 2024”, disse ele, distribuindo alguns códigos de como estar preparado para chegar vitorioso no outubro do ano que vem.
O retorno de Vilmar Mariano ao MDB foi a largada para a corrida rumo à reeleição em Aparecida. Foi pela sigla que Vilmar chegou pela terceira vez à Câmara Municipal aparecidense (ele já tinha sido filiado ao PTN e PSDC). E, pela mesma legenda, compôs a chapa puríssima com Gustavo Mendanha na disputa em 2020. Um tempo depois, com a saída de Mendanha da prefeitura e, concomitantemente, do partido, para concorrer ao governo, Vilmar também deixou o partido de Daniel Vilela.
Passadas as mágoas e incongruências, o jogo voltou ao normal: o grupo de que Daniel precisava estava firme e forte para organizar os planos do pleito de outubro do ano que vem. Vilmarzinho, como o prefeito aparecidense é conhecido, tem ao seu dispôr a força histórica do partido que há pelo menos 16 anos comanda a segunda maior cidade goiana, com um colégio eleitoral invejável, mas que pode ser um fator surpresa. E disto o político aparecidense sabe.
Mas um ponto é importante: o retorno de Vilmarzinho corresponde à expectativa de Gustavo Mendanha que, é bom lembrar, teve a votação mais expressiva de um prefeito em 2020: reeleito com quase 96% dos votos, um total de 197.491 mil votos. A unanimidade consolidou o nome de Mendanha como um dos políticos mais expoentes do Estado, o colocando em uma disputa madura pelo governo.
Embora tenha sido derrotado ainda no segundo turno, Mendanha ficou em segundo lugar, obtendo 25% dos votos, uma somatória que deixou muitos outros candidatos no chinelo: 879 mil votos. Claro, ainda existe um abismo de popularidade entre Vilmar Marino e Gustavo Mendanha.
De qualquer maneira, existe uma expectativa expectante entre emedebistas, e Mendanha se inclui, embora não tenha se filiado ainda – mas que se comporta como um, com trânsito na sigla como nos tempos antigos – de que Vilmar Mariano vai deixar qualquer dificuldade para trás.
E ele sabe que, a um ano do pleito, existem diversos caminhos que uma disputa como a que terá de enfrentar se impõe. Um deles, inegavelmente, é, de repente, em caso de inviabilidade de seu nome, aparecerem outros sujeitos. Como revertê-lo? O prefeito já o tem feito. Tem percorrido, ao estilo Iris Rezende, a cidade, em busca, além de mostrar-se, em mutirões, ver o que está dando certo – e não – no que resta da sua gestão.
Ainda é cedo, avisa um emedebista aparecidense, para entender se Vilmar vai ser, definitivamente, o nome do grupo mais poderoso da cidade. Afinal, Daniel Vilela não vai abrir mão de que a cidade, revolucionada pelo seu pai, Maguito Vilela, caia em mãos “erradas”.