“OAB Goiás está sem rumo”, diz presidente do Saeg

Alexandre Ramos Caiado afirma que entidade não tem posicionamento, o que tem piorado os desentendimentos com os juízes

Postado em: 27-08-2018 às 17h05
Por: Lucas de Godoi
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Alexandre Ramos Caiado afirma que entidade não tem posicionamento, o que tem piorado os desentendimentos com os juízes

Presidente da Saeg, Alexandre Ramos Caiado (Foto: Divulgação)

Da Redação

O Projeto de Lei que prevê a criação de licença-prêmio para
juízes em Goiás proposto pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) nem chegou a
ser votado, mas motivou uma série de desentendimentos entre a Associação dos
Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) e a atual gestão da Ordem dos Advogados
de Goiás (OAB) seção Goiás.

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Assim que a imprensa goiana publicou que o projeto seria votado,
advogados liderados pelo atual presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio, marcharam em
passeata contra a proposta. “Eu não vi isso como uma postura que realmente iria
valorizar a advocacia, e foi a pior postura porque a OAB, em seus discursos,
falava da preocupação com a licença-prêmio naquele momento, eles não estavam
mostrando preocupação com o advogado e com o jurisdicionado,” diz o presidente
do Sindicato dos Advogados do Estado de Goiás (Saeg), Alexandre Ramos Caiado.

Para o Saeg, que ajuizou um procedimento de controle
administrativo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o projeto, o motivo
de preocupação foi outro. “Nos preocupou o fato de que, para poder pagar a
licença, seria necessário demitir funcionários e diminuir o horário de funcionamento
do judiciário, e o atendimento que já é ruim ficaria ainda pior. Isso teria
impacto direto na vida dos advogados”, diz Caiado, que também é um dos líderes
do Movimento Respeito e Lealdade à Advocacia (MRLA).

A postura da OAB, contudo, acabou gerando represálias e
alguns juízes começaram a se considerar impedidos de exercer sua função em
processos que envolviam o atual presidente da entidade. O mal estar continuou
e, na última semana, a Asmego divulgou nota afirmando que, durante uma reunião
com representantes da subseção de Uruaçu e com o vice-presidente, Thales Jayme,
a Ordem teria reconhecido seu pleito pela licença-prêmio, o que gerou grande
repercussão. No mesmo dia, a OAB negou.

Na sexta-feira (24), a Asmego divulgou nova nota onde afirma
que recebeu com perplexidade a nota divulgada pela OAB em que a entidade expõe
argumentos contrários aos apresentados, segundo os juízes, em reunião realizada
no dia 22. ”Visto que a verdade da informação não é interesse da OAB-GO,
resta-nos dar por encerrada a possibilidade de qualquer tratativa institucional
com a atual gestão”, finaliza o texto.

Para Caiado, é preocupante a situação de “guerra” entre as
entidades e ainda frisa que os advogados é quem estão perdendo essa disputa.
“Pela primeira vez na história nós tivemos um presidente da OAB totalmente
desrespeitado pela magistratura”, lamenta.

O momento, segundo presidente do Saeg, exige posicionamento
e é isso o que justamente falta à atual gestão da OAB. “É uma gestão que nós
nem sabemos qual o pensamento do presidente. A OAB hoje é uma nau sem timoneiro
que está sendo tocada pelo vento. Ela está buscando popularidade e não a defesa
da advocacia e das instituições, é uma política eleitoreira”, critica.

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