Agenor Mariano: “Os desafios são para serem superados”

O candidato falou ao O Hoje sobre a importância política do prefeito Iris Rezende (MDB) na disputa majoritária e pretende abocanhar um pouco de seu eleitorado

Postado em: 28-08-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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O candidato falou ao O Hoje sobre a importância política do prefeito Iris Rezende (MDB) na disputa majoritária e pretende abocanhar um pouco de seu eleitorado

Rafael Oliveira e Rubens Salomão* 

O ex-secretário de Planejamento de Goiânia, Agenor Mariano, que concorre a uma vaga no Senado pela chapa majoritária do MDB, destaca a grande estrutura do partido para a campanha eleitoral, que tem tempo no palanque televisivo, mas lamenta não ter recebido um centavo para sua campanha do Fundo de Financiamento Eleitoral até o momento. O candidato falou ao HOJE sobre a importância política do prefeito Iris Rezende (MDB) na disputa majoritária e pretende abocanhar um pouco de seu eleitorado. Sobre os atuais senadores, ele preferiu não fazer julgamento e limitou-se a dizer que não dormirá nos oito anos de mandato, como alguns fazem. De propostas, Mariano quer desonerar a tributação em cima do consumo por acreditar que vai gerar um ciclo mais produtivo ao Brasil.

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Qual estrutura o senhor tem hoje para a sua campanha ao Senado?

O fato que posso destacar na parte estrutural da campanha é o MDB ser o maior partido de Goiás. Isso provoca uma militância verdadeira e os nossos militantes, a partir do momento que conhecem o candidato, levam as propostas aos eleitores e, principalmente, para mim que não sou muito conhecido. Eu sempre fiz política na capital e não tive tanto contato com os companheiros do interior e eu estou os conhecendo. Minha vantagem é essa, o partido é muito grande. O partido tem militância e tempo de TV. Por outro lado, zero de recurso financeiro. Falou-se muito do Fundo Eleitoral e até agora eu não vi um centavo, pelo contrário, tenho que usar recurso próprio para poder dar o mínimo de estrutura numa propaganda. Não me deixo abater por pouca coisa, os desafios estão aí para ser superados.

Como o senhor analisa a dissidência dentro do MDB?

Até as convenções do partido, meu entendimento era diferente de outros membros do MDB. E eu penso que até o período das convenções partidárias, as pessoas podem defender teses, como apoio a outro candidato ou candidatura própria. Mas agora o partido aprovou candidaturas próprias, então passa-se a tese vencida. O correto, do ponto de vista da fidelidade partidária, era esses prefeitos apoiarem o candidato do nosso partido. Se eles não o fazem existe o estatuto do partido para analisar isso. 

E como está a tramitação dos processos? O de Catalão não deu em nada. 

Ainda está em tramitação e está em esfera recursal dentro do partido. 

O senhor já foi vereador e vice-prefeito. O que pretende fazer no Senado diante da história política que o senhor tem?

O Senado não é representante do povo, mas do Estado. Quando o eleitor escolhe o representante do Estado, ele vai tratar do Pacto Federativo. O Brasil tem 27 unidades federativas e 81 senadores. Os senadores precisam defender os interesses de Goiás no Pacto Federativo. Goiás é a oitava economia do Brasil e de repente você descobre que o governo federal está mandando migalhas para cá. O senador é quem vai dar o grito para defender nossos interesses. É quem vai perguntar para o governo federal por que ele manda aquele dinheiro todo para o Rio de Janeiro e não manda para Goiás? Por que o VLT não veio para Goiás? Esse é o papel do senador. Mas, não pode ficar lá dormindo não, o mandato acaba e você não fez nada. 

Dormir oito anos é muito tempo.

Mas, tem gente que faz isso. 

Os senadores atuais fazem isso?

Vou deixar para o povo dizer isso. Tenho minha análise, mas não cabe a mim ficar apontando o dedo. 

Como o senhor analisa então a concorrência? 

É importante lembrar que esta eleição tem duas vagas. O eleitor vai escolher dois nomes. Em quem ele vai votar? Em alguém que não pode ficar sem mandato por que a vaidade não permite? Ou por que quer um foro privilegiado? Se as motivações forem essas, o eleitor vai repensar o voto. Tem gente que está achando que ganhou a eleição, mas ele combinou com o eleitor? Talvez o eleitor está me conhecendo pela primeira vez. Eu sou igual a muitos eleitores, sou cheio de defeitos, mas também tenho muitos aspectos parecidos, que é a vontade de mudar o Brasil. Eu me apresento para dar uma opção de voto ao Senado por Goiás. 

Quem o senhor acha que já está eleito?

Tem muitos aí. Eu não acredito nisso. No dia da eleição, o eleitor vai lembrar da importância do voto dele. 

O senhor foco no pedido do segundo voto?

Eu foco no primeiro, no segundo voto, foco em todos os votos que você puder dar pra mim, eu quero receber. Eu não fico calculando o primeiro ou segundo voto, o voto que o eleitor me der, vou honrar no Senado Federal. 

Como vai ser a participação do prefeito Iris Rezende na campanha do MDB com a alta rejeição na gestão da Prefeitura?

Se for analisar a rejeição, o Marconi Perillo nem devia ser candidato. Ele lidera as pesquisas. Mas, as coisas não funcionam dessa forma. Todo mundo sabe que o Iris pegou a pior Prefeitura do Brasil, em termos de situação para ser melhorada. Nesse um ano e meio, o Iris conseguiu melhorar muito. Existem cirurgias simples de pronto socorro e existem cirurgias de alta complexidade que demanda tempo. Goiânia estava enferma e precisava de um bom médico. O Iris está fazendo esse trabalho. 

Mas, e a influência política candidato? Ele será um bom cabo eleitoral?

Tem uma pesquisa que diz que 52% dos entrevistados votariam num candidato que o Iris indicasse. Isso ajuda ou não? Tem outro homem que é sucesso em todas as administrações que passa? É claro que ajuda. 

Parece não haver ainda uma identificação dos candidatos do Iris nessa eleição. Por exemplo, o senhor é candidato do Iris ao Senado? 

Todo candidato não pode ser de bucha e colete. Ele tem que ser candidato do povo. Ele vai ser um grande parceiro e tem apoiado todos os candidatos da coligação. Agora, o eleitor não é tutelado por ninguém e é dono do próprio voto. Ele é livre para fazer suas escolhas. Se o eleitor se colocar fora do processo eleitoral, os cargos vão ser ocupados do mesmo jeito. Então o eleitor tem que escolher bem seus representantes. 

O que o senhor pensa para geração de emprego e renda? Um assunto bem debatido por causa da crise financeira do País.

O que se tem é um sistema tributário muito injusto, ele tributa o consumo que é a pior forma de tributação que existe. Ela é a que mais explora que tem menos recursos. A minha proposta  é que se tribute na renda e não no consumo. Quando o pobre vai comprar um produto, por exemplo, ou uma comida, ele é o mais prejudicado. O pobre paga a mesma quantidade de imposto que outro cidadão que ganha cinquenta salários. Então precisa desonerar a tributação no consumo. Se o cidadão ganha mais, paga mais imposto, se ganha menos, paga menos. Isso vai gerar um ciclo mais produtivo para o Brasil.  (*Especial para O Hoje) 

não recebi um centavo do fundo eleitoral até agora, zero de recurso financeiro 

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