Novandir nega acordo e diz que suposta agressão será resolvida na Justiça

“Sou 100% inocente dessa denunciação caluniosa. Quero provar minha inocência e representar contra a mulher que fez a denúncia”

Postado em: 06-10-2023 às 08h30
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Novandir nega acordo e diz que suposta agressão será resolvida na Justiça
Ainda de acordo com o vereador, a postura da denunciante compromete as próprias mulheres que sofrem violências reais | Foto: Reprodução

Francisco Costa e Felipe Cardoso

O vereador Sargento Novandir (Avante) pretende ir até as últimas consequências em relação ao caso de suposta agressão envolvendo o parlamentar e uma assessora da Câmara Municipal de Goiânia, lotada no gabinete do vereador Geverson Abel (Sem partido). No último dia 21, o Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu uma denúncia contra o parlamentar à Justiça goiana. Ao Jornal O Hoje, ele revela que já teve uma audiência de conciliação e que ele negou qualquer acordo.

“Teve audiência de conciliação e eu disse que não tinha acordo, quero levar para Justiça. Sou 100% inocente dessa denunciação caluniosa e eu quero provar minha inocência e representar contra a mulher que fez a denúncia”, declara com confiança. 

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Ainda de acordo com o vereador, a postura da denunciante compromete as próprias mulheres que sofrem violências reais. Por isso ele não aceitou o acordo e pretende representar contra a suposta vítima. “Covardia e crueldade que não pode se fazer de forma nenhuma para tirar a credibilidade de uma mulher que denunciou alguém por agressão”, argumenta.

Denúncia

Em relação a denúncia, ela foi assinada pelo promotor de Justiça Cláudio Braga Lima. O documento diz respeito a uma confusão envolvendo o parlamentar e uma assessora da Câmara Municipal de Goiânia, lotada no gabinete do vereador Geverson Abel, ainda em fevereiro.

O documento narra que, por volta das 11h do dia 10 de fevereiro deste ano, durante a realização de mutirão político, o vereador, “que não fazia parte dos convidados”, chegou ao local e passou a provocar o colega de parlamento, vereador Geverson Abel, em razão de desentendimentos anteriores. 

Isso, segundo a denúncia, teria contribuído para que os ânimos se exaltassem. E continua: “Em determinado momento, enquanto a vítima se encontrava entre Novandir e Geverson, em meio ao alvoroço, o denunciado [Novandir] avançou em direção a Ester e a segurou rapidamente pelo pescoço, como que para desobstruir a passagem entre ambos vereadores, resultando em escoriações e hiperemia, descritas em relatório médico”.

Segundo o MPGO, Novandir encontra-se incurso no artigo 129 do Código Penal, que trata do ato de ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. A pena para o ato é de detenção de três meses a um ano. O promotor também solicitou, na mesma peça, que o denunciado seja intimado e citado para comparecer em audiência de instrução e julgamento “trazendo consigo suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes da data da audiência, oportunidade em que poderá responder à acusação”. Depois, requer a notificação da vítima e testemunhas, devendo, a ação penal, prosseguir “até sua condenação”. O vereador foi procurado para comentar a denúncia do MPGO, mas até o fechamento desta edição não foi localizado. 

No plenário

Na sessão seguinte ao ocorrido, o Novandir disse que a Câmara era “pequena demais” para os dois [ele e Geverson]. “Um de nós dois tem que ser cassado”, complementou. 

Na ocasião, houve xingamentos e acusão de agressão física. Segundo Geverson, Novandir teria proferido palavras de baixo calão e segurado com força o ombro de uma servidora da prefeitura. Ele também disse que a agenda era “exclusiva” por se tratar da base eleitoral dele. O sargento negou qualquer contato físico – de ambas as partes – naquele momento.

Mas de volta ao discurso de Novandir, ele também disse a família dele estaria sofrido diante do que chamou de “denúncia caluniosa”. “A minha filha sofreu muito. Não durmo desde a última sexta-feira. Por causa do que esse vereador fez.”

Ainda segundo Novandir, o colega de partido induziu e obrigou a assessora a fazer a “denunciação caluniosa”, o que, segundo ele, ficaria comprovado pelas câmeras de segurança do local. “Evento filmado, com mais de 100 pessoas. Mais de 30 guardas civis metropolitanos. Se eu tivesse agredido, o guarda me daria voz de prisão naquele momento. Se não o fizesse, teria que responder por prevaricação”, continuou. 

De acordo com ele, a servidora, que tem 23 anos, deveria buscar a orientação de um advogado, pois o código penal prevê como crime este tipo de denúncia que ele afirma ser falsa. “O canalha que agride mulher tem que ir para a cadeia e não sair mais”. Ele disse, contudo, que essa jovem presta um desserviço a todas as mulheres, que ficarão com medo de ir a delegacia e não conseguir provar. “Vou provar 100% que não agredi. Porque se não provar, eu deveria ser cassado, chutado pela porta dos fundos. Ou a credibilidade desta Casa acaba”.

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