O novo secretário de Cruz que “peitou” coronéis em São Paulo

Paulo Apolo assume pasta considerada conturbada, mas ele tem cacife para lidar

Postado em: 09-10-2023 às 08h10
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: O novo secretário de Cruz que “peitou” coronéis em São Paulo
Paulo Apolo assume pasta considerada conturbada, mas ele tem cacife para lidar | Foto: Divulgação Secom Goiânia

Pouco mais da barulhenta saída de Ricardo Fortunato da gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), foi anunciado seu substituto, de fato, na Secretaria de Relações Institucionais: trata-se de Paulo Marcos Borges dos Santos, conhecido como Paulo Apolo. Na função de titular da secretaria ficou, de maneira interina, Diorgenes Custódio de Oliveira.

A chegada de Paulo Apolo foi oficializada na edição de sexta-feira, dia 6 de outubro, do Diário Oficial do Município (DOM). Paulo é ex-prefeito de Itatinga, município que fica a 606 km da capital de São Paulo. No histórico político-eleitoral, disputou três eleições: uma de vereador, pelo Partido Liberal (2008), e duas como prefeito, pelo Partido Verde (2012 e 2016). 

Perdeu a eleição para a Câmara Municipal – embora tenha sido o segundo mais bem votado da cidade -, mas venceu a primeira de prefeito em 2012. Na terceira, quando disputou a reeleição à prefeitura da cidade paulista, Paulo ficou em segundo lugar, mas o candidato, que era ex-prefeito, e obteve mais votos, teve a candidatura indeferida por ter sido condenado na ficha limpa. Por causa da legislação, Paulo não conseguiu ser considerado vencedor. 

Continua após a publicidade

Paulo Apolo acabou de completar 53 anos – é do dia 3 de outubro. O interesse pela política parece ser antigo. Interessado e crítico, ele participou, em 4 de maio de 2004, na Câmara dos Deputados, do Seminário Nacional “A Ética nas Eleições Municipais”, para debater o tema “Crimes Eleitorais e a Lei das Inelegibilidades sob a Luz da Ética”. Participavam, ainda, alguns figurões do Congresso Nacional e do Tribunal Superior Eleitoral, como o ex-ministro Fernando Neves. Meses depois disputaria o cargo de vereador. 

Ao receber a chance de falar às autoridades, ele contou que havia fundado uma Ong em sua cidade para, como ele diz, “tratar da ética na política”. “Sou estudante universitário, não tenho carreira política e nunca exerci mandato político. […] Este momento é histórico, pois a ética é o grande divisor de águas na política. Coloco-me à disposição, no interior de São Paulo, para ser agente multiplicador da ideia do movimento de ética na política, a fim de que ele seja divulgado nas universidades. Minha esposa é professora. O movimento tem de se alastrar, começando pelos jovens”, disse ele. 

Na ocasião, ressaltou que havia um tempo, cerca de três anos, ele vinha se envolvendo com a política, mas, segundo ele, com alguma distância. “ Entrei no Movimento Fé e Política, da Igreja Católica, que tem atitude ecumênica e conversa com diversos pastores sobre a responsabilidade da sociedade na política”, comentou ele, que prosseguiu: “O grande momento de transformação é este. Para nossa alegria, a atitude partiu do Congresso Nacional. Parabenizo todos os senhores, o Ministro, os Deputados e os que participam deste encontro.” 

Antes de finalizar a sua fala no encontro na Câmara, Paulo demonstrou ter jogo de cintura para lidar com os mandatários da sua região: “Para encerrar, gostaria de fazer uma pergunta relacionada ao Poder Executivo do meu Município. No primeiro mandato do Prefeito, suas 4 contas foram rejeitadas. Está no quarto ano e as contas dos 3 últimos anos foram rejeitadas. Em 7 anos, 7 contas rejeitadas. Um dado importantíssimo: ele é daqueles coronéis temidos, não tem ética nem respeito pelo ser humano”. 

A chegada do novo membro do alto escalão de Rogério Cruz é vista com curiosidade por ex-membros da cúpula do Paço, desde o início de 2021. Sob a missão de viabilizar-se ao projeto de reeleição, Cruz tem buscado o fortalecimento de uma equipe capaz de dar agilidade aos projetos e, principalmente, manter um canal direto tanto com a Câmara Municipal quanto à sociedade goianiense – que, claro, é o público eleitoral.

Veja Também